sábado, 28 de novembro de 2009

Hugh Masekela

Já terminando o mês da “Consciência Negra” no Brasil, deixo aqui um pouco de música.

Não é musica brasileira! É de um negro africano que conheci em minhas andanças por Moçambique.


Hugh Masekela é sulafricano, mas em algum lugar ouvi dizer que, na verdade, ele é moçambicano. Será? Seja como for, o povo de Moçambique o adora.


Tive a oportunidade de assisti-lo ao vivo no Festival de Jazz que aconteceu em Maputo, em abril de 2009. Fiquei encantada, “mesmo não entendendo a letra”! Afinal quem me conhece sabe de minha resistência a ouvir música que não entendo... Porem a música de Masekela “operou um milagre”...


1) Um clipe com música e dança, que ilustra um ritual tracidional.

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2) Uma de suas músicas mais famosas, remixada.

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3) Em um show ao vivo, em 1986. Tocada ainda hoje em seus shows.

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Contra o Estigma e o Preconceito

Gostei do material! Embora a campanha seja contra o preconceito no Brasil, o melhor é que não exista preconceito, estigma e ações de discriminação em lugar nenhum! Pra difundir pelo mundo, o material tem legendas em outras línguas!


“ONU lança campanha “Igual a você” contra o estigma e o preconceito no Brasil
Iniciativa dá voz e notoriedade aos direitos humanos de estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais e travestis e usuários de drogas. Veiculação iniciará no dia 16 de novembro em emissoras de televisão de todo o país!

(...)

Estigmas e preconceitos cotidianos

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma das facetas do racismo se revela na remuneração média da população brasileira: homens brancos (R$ 1.200), mulheres brancas (R$ 700), homens negros (R$ 600) e mulheres negras (R$ 400).

O ambiente escolar também é outro local de resistência à diversidade. Segundo pesquisa de maio de 2009 realizada em 500 escolas públicas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, 55% a 72% dos estudantes, professores, diretores e profissionais de educação demonstram resistência à diversidade por meio do indicador “distância social”. O maior distanciamento é verificado com relação aos homossexuais (72%).” (Agência UNAIDS)


Para ler o texto acima na íntegra e fazer download dos vídeos em portugues, espanhol e inglês, clique AQUI.


Aproveitando a proximidade do Dia da Consciê(ncia Negra (vinte de novembro), começo por esse!


População Negra:


Refugiados:


Travestis e Transexuais:


Profissionais do Sexo:


Lésbicas:


Gays:


Pessoas Vivendo com HIV:


Crianças Vivendo com HIV:


Estudantes:


Usuário de Drogas:


TODAS E TODOS IGUAIS A VOCÊ!


IGUAIS A NÓS!



domingo, 15 de novembro de 2009

Notícias Africanas 11 (Inhambane)


Calhou de meu último final de semana em Moçambique ser feriado prolongado.


Assim, nada melhor que conhecer um novo lugar para fazer da despedida algo especial. Foi então que soubemos que muitos dos moradores “com carro e/ou algum dinheiro” de Maputo vão para as praias de Inhambane, passar feriados ou férias.


Maputo fica no litoral, porém é uma região de porto, com águas turvas. Bonito é ver os grandes navios no vai e vem em sua baia. Já o banho de mar e a esticada na areia é possível, mas não estão na categoria de “um convite irrecusável”. Por isso quando podem, os habitantes de Maputo se deslocam cerca de 500 km, para as paradisíacas praias mais ao centro do país.


Então, sem carro e com algum dinheiro, decidimos de supetão a ida para Inhambane. Depois de muitas horas na internet e no telefone, tínhamos a reversa em um hotel e as passagens de avião. As muitas horas foram necessárias porque em terras moçambicanas as informação não estão todas on line. E mesmo quando há alguma, o acesso se dá por caminhos tortuosos.


A aventura começou já no aeroporto, onde nos deparamos com o avião! Era um avião brasileiro, com 27 lugares, e eu nunca tinha voado em avião tão pequeno. Se bem que quando saí do Brasil em direção a Moçambique nunca tinha estado em um avião tão grande! Quando vi o avião gigante em solo brasileiro pensei: esse aí não sobe nunca! Quando vi esse menorzinho pensei: esse sobe, mas vai se desintegrar durante o vôo.


O vôo Maputo-Inhambane é curtinho, mas tem escala! A escala é feita quase no destino, e pelo que deu pra perceber é ali que ficam os estrangeiros mais endinheirados ou as pessoas que guardam uma graninha pra um “passeio especial”. É que neste aeroporto ficam as vans que irão transportar os hóspedes do “Flamingo Bay”, um hotel tchananans e que tem os chalés sobre as águas. Muito parecido com umas fotos que já vi da Tailândia. Para quem está acompanhado de menores de 12 anos e/ou não tem muitos dólares no bolso, resta suspirar e seguir viagem. Seguimos!


A Praia do Tofo é muito simpática. Os seus varais coloridos, onde os moradores que vivem do comércio expõe seus produtos, recebem os turistas com alegria, gingando as cores com o vento! Na praia, muitos quilômetros de areia e água suficientemente limpas. Na ponta direita ainda se pode escalar um morro coberto por pedras e vegetação e descobrir, quando se chega ao topo, que aquilo é uma duna que se entende pro outro lado, lado de uma linda praia deserta.


No sábado, um evento mensal atraiu muita gente para o Tofo. É “O Dia da Limpeza”. Voluntários se distinguem por suas camisetas temáticas (flores para a limpeza da praia e mergulho para a limpeza do mar). Tudo começa bem cedinho e, terminada a limpeza, a parte da tarde é reservada para curtir a praia (e promover nova sujidade).


Já que o Tofo estava muito cheio, fomos passear na Praia da Barra! Estávamos receosas, pois nos contaram que lá só podia entrar branco! Segundo um negro moçambicano de Maputo os sulafricanos queriam levar o apartheid para Moçambique. E como fizeram isso? Construíram hotéis e restaurantes na praia, de modo que ela ficou totalmente fechada, e o acesso só se dá passando por esses estabelecimentos. Assim, os moçambicanos, que são majoritariamente negros e pobres, não freqüentariam esses locais. Logo, a praia ficava “privativa”.


Mas não foi tão mal! Entramos pelo dito hotel, nos acomodamos em esteiras e já desfrutávamos da larga faixa de areia fina e branca, quando surgiu um grande grupo de moçambicanos! Eles entraram por outro acesso, trazendo em suas mãos comidas e bebidas para passar o dia. No Brasil, chamaríamos de “farofeiros”, mas lá, estão mais pra “frangueiros”, porque levam os frangos para assar na beira da praia. E, assim, com o coração mais aliviado por ver que há formas de burlar a segregação, o mar de ondas bravas ficou mais bonito!


Fim do dia, voltamos pro hotel e tivemos a melhor noite do passeio. Uma banda de jazz tocava no restaurante do nosso hotel, a céu aberto, na orla da praia. Muita gente confraternizando e dançando muito! Moçambicano adora jazz! O show também era parte da programação d’O Dia da Limpeza. Entre as músicas muito dançantes, até um pouco de Djavan. Música boa e boa companhia... Que mais eu poderia querer em meu último final de semana em terras africanas? Não deu pra resistir, fomos festar junto!


No domingo, ainda fizemos um “Safari Marinho”... Mas isso conto outra hora! Porque esse texto era só pra “intruduzir” o Safari, mas acabei escrevendo demais.

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Foto inicial, Praia do Tofo. Fonte:http://lh5.ggpht.com/_vW9_0kWYUdY/SBIdvnFs1tI/AAAAAAAAATc/s452rwbTfwk/DSC01724.JPG

Foto Final, Hotel Flamingo Bay. Fonte: http://www.tagasafarisafrica.com/images/mozambique-resorts-flamingo-bay-water-lodge-pic1.jpg

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Minha minissaia não é um convite


Com tanta coisa circulando sobre Geisy, a moça expulsa da Uniban após ter sido violentada verbalmente por ir à faculdade com um vestido curto, não me animei pra escrever nada.

Animei sim pra postar uma poesia que li no NewYorKibe. Ela é parte de um trabalho muito interesante chamado "Os Monólogos da Vagina", onde a autora viajou pelo mundo perguntando a mulheres muito diferentes coisas sobre sua vagina. Essa pesquisa virou um peça de teatro, livro e DVD.


Poesia de Eve Ensler e tradução de Raphael Neves

"Minha minissaia não é um convite
uma provocação
uma indicação

do que eu quero

ou dou

ou que eu flerto.

Minha minissaia

não está implorando por isso

não está querendo que você

a arranque de mim

ou a abaixe até o chão.


Minha minissaia

não é um argumento jurídico

para você me violentar

ainda que já tenha sido
e não vai servir de prova
em nenhum tribunal.


Minha minissaia, acredite ou não

não tem nada a ver com você


Minha minissaia

tem a ver com a descoberta
do poder das minhas pernas

e do ar frio do outono passeando

pelo interior das minhas coxas

tem a ver com tudo o que eu vejo

ou passo ou sinto viver dentro de mim.


Minha minissaia não é prova

de que eu seja estúpida

ou indecisa

ou uma menininha maleável.


Minha minissaia é meu desafio

e você não vai me amedrontar

Minha minissaia não está se exibindo
é esta que eu sou

antes que você me faça cobri-la

ou disfarçá-la.

Acostume-se.

Minha minissaia é felicidade

Eu posso me sentir no chão.

Sou eu aqui.
E eu sou gostosa.


Minha minissaia é liberação

bandeira no exército das mulheres

Eu declaro estas ruas, quaisquer ruas

o país da minha vagina.


Minha minissaia

é água azul turquesa

onde nadam peixes coloridos

um festival de verão

na escuridão estrelada

um pássaro cantando

um trem chegando em uma cidade
estrangeira

minha minissaia é um rodopio

um suspiro profundo

um passo de tango

minha minissaia é
iniciação

apreciação

excitação.


Mas acima de tudo minha minissaia
e tudo que ela cobre

é Meu.

Meu.

Meu".

Para ler a nota de expulsão, clique AQUI.
Para assinar o manifesto contra a Uniban, clique AQUI.
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Fonte da imagem e texto sobre a invenção da minissaia: http://www.fashionbubbles.com/2006/a-invencao-da-mini-saia/

sábado, 7 de novembro de 2009

Fraude na enquete do Senado?


Ontem, assim como muitas pessoas, divulguei o tanto quanto pude a enquete da Agencia Senado, que votava sobre a aprovação da lei que pune atos de homofobia!

E, para minha surpresa, no final do dia, a parte da enquete no site não carregava. No seu lugar, apenas um espaço em branco!

Pensei que era problema com meu provedor... navegador... Até que algumas pessoas começaram a entrar em contato e dizer que não estavam achando o lugar de votar... Logo, o problema não era na minha máquina.

E não é que, ontem mesmo, o site ParouTudo.com divulgou uma suspeita de fraude: na madrugada houve 250 mil votos! E em um certo período de 6 minutos, 5 mil votos foram computados!!! Ah, os votos eram "NÃO"! Ou seja, votos contra o projeto de lei que pune os atos de homofobia!

Bem, já passadas 24h, faço nova tentativa de votar no "SIM" e a enquete ainda não carrega!
A essa altura alguns pensam que o melhor seria zerar a enquete e começar de novo.
Eu já penso que, depois disto tudo, não dá mais pra confiar neste processo de consulta de opinião.

Para ver a denuncia de fraude com detalhes, clique AQUI.
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Homofobia: vote para punir!


Projeto que pune homofobia é tema de nova enquete
(Da Redação / Agência Senado)

"Os leitores da Agência Senado estão convidados a opinar sobre o projeto de lei da Câmara 122/06, que considera crime a discriminação por orientação sexual.

Pelo texto da relatora Fátima Cleide (PT-RO), a incitação ao preconceito; o impedimento de acesso ao mercado de trabalho; a restrição manifestações de afeto em locais públicos; a recusa de hospedagem; ou a demissão motivada por homofobia podem ser punidas com penas que vão de um a cinco anos de reclusão.
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O projeto é polêmico e tramita no Senado desde o final de 2006, quando foi aprovado na Câmara. Uma dos argumentos levantados por seus opositores é que ele fere o direito à liberdade religiosa e o direito à opinião.
A enquete ficará no ar durante todo o mês de novembro."
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Vote! Convide seus amigos e familiares para votar!
É possivel votar uma vez ao dia, de cada computador!
Coloque esse compromisso na sua agenda! Mesmo!

Caso você consiga votar mais que uma vez ao dia, será ótimo!
Assim você ainda acompanha a batalha po SIM ficar em primeiro colocado!

Você é favorável à aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que torna crime o preconceito contra homossexuais?
Para votar clique AQUI !

A enquete está do lado direito da página que abrir após seu clique!
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A imagem que ilustra essa postagem é o resultado da homofobia! A moça foi agredida durante a parada de Campinas em 2004. Se até na parada rola agressão, imagine nos outros dias??
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Fonte da imagem e respectiva informação: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/06/284703.shtml
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