quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Notícias Africanas 12 (Safari Marinho)


Fiz um Safari Marinho. Mas nem sabia que iria fazê-lo.


Em Inhambane, Moçambique, hospedadas na Praia do Tofo, queríamos ir passear de barco, ver peixinhos, nadar no mar. Por sorte, havia um serviço desses naquela mesma praia.


Domingo. O dia estava lindo, céu límpido, iluminando a água de modo perfeito para observação. Chato foi caminhar ao sol africano das 11h, até o local de saída. Pra ajudar uma legião de “besouros tamanho fusca” se encantou com o “brilho” do protetor solar em meu rosto. Digamos que esse tipo de “atração” não é legal de provocar.


Chegando ao local, o primeiro choque foi com as instruções do passeio. Embora estivéssemos em um país cuja língua oficial é o português, todas as instruções foram dadas em inglês. Com algumas dúvidas, nos dirigimos ao guia do passeio, que era moçambicano. Mas isso não ajudou muito porque o português dele só não era pior que o meu inglês.


Sobre o passeio entendemos:

- a roupa de mergulhador era opcional.

- deveríamos segurar muito bem no barco para não cair

- não tocar nos tubarões

Não tocar no tubarões? Bem, avistar um bicho desses deveia ser um imprevisto...


Já no bote inflável, sem salva-vidas e sem bóias aparentes, segui sem titubear à instrução de segurar. O motor do bote era muito potente. Os 20 passageiros sentados na borda agarravam-se as cordas disponíveis e metiam os pés dentro das fitas de segurança pros pés. “_O Julio nos atestaria insanidade”, pensei enquanto sentia muito medo, recordando de nosso amigo medroso de água. E, desta vez, devo admitir que ele estava certo.


O bote se afastou muito da praia, preferindo locais de água azul escura, pesada, profunda. No trajeto distribuíram as máscaras e os “snorks”. Observando o mar na busca por um banco de corais ao longe, notei que perto não havia escada para subir a bordo após o passeio com os peixinhos. No contexto da insegurança, um item a mais, um item a menos....


De repente uma ordem “_Jump!”. E não obedeço à ordens com facilidade. Ufa.


Os corpos saindo do barco ao comando da voz e entrando n´água. Na água um enorme tubarão baleia. Não acreditei. Quem pulou também não acreditou. Ao "jumpar" os pés quase tocavam o bicho. Faltava ar devido ao susto, não devido a água. Água boca adentro de quem na água estava boquiaberto.


Resumindo, esse “passeio com peixinhos é assim”: O guia de olhos experientes encontra o bicho e dá o comando para pular. Quem quer pula e o barco sai a buscar mais algum bicho marinho. As pessoas nadam atrás do bicho achado e quando ele some esperam o barco se aproximar. Sobem no barco até o próximo “_Jump!”


Subir no barco... Lembra da roupa de mergulhador opcional? Sim, é opcional caso você consiga subir no barco apenas com seu impulso corporal, sem auxilio de escadas ou de outros seres humanos. Na pratica ela serve pro resgatado não machucar a barriga na borda do bote e pros resgatadores terem onde agarrar ao retirarem o corpo resgatado da água. A opção sem neoprene dá direito a barriga ralada e roxos na pele devido ao agarramento das mãos de seus salva-vidas.


E nesse pula e volta, fiquei no barco pra não pagar o mico de ser resgatada. Fiquei resgatando até meus braços doerem. Vendo os bichões na água, sem perder nenhum detalhe. Mareando até compartilhar meu café-da-manhã com os peixes.


Horas depois, os bichos se recolheram, ficamos parados e o mareamento deu uma generalizada. Segundo o guia não podíamos voltar porque o carro pro bote não estava posicionado na areia. Incrédula, eu já estava começando a brigar com o guia:

"_Senhor, é um absurdo ter que esperar o carro na areia. Tá todo mundo passando mal e_ apontando pra minha companheira que estava verde_ essa senhora vai desmaiar".

Ele, dando-nos as costas e apontando pro mar:

"_Vejam as baleias que fica melhor!"


E neste momento uma grande quantidade de baleias surgia na nossa frente. Adrenalina. Lenta e imponentemente elas apareciam na superfície . Passeavam pouco a pouco toda a extensão de seu corpo pelo ar. Terminavam em um mergulho que exibia toda a calda, mesmo como nos filmes. Em sua gigantez, pareciam um submarino de carne e calda.


Depois desta, já podíamos voltar. Rápido em direção a praia o “motorista do barco” acelerou mais quando avistou a areia. E a instrução de segurar ressoou. O bote sai do mar com um impulso, direto pra areia, com-todo-mundo-dentro. Um Gran Finale para a mais louca aventura.


Para relaxar com os peixinhos dourados e de mais cores, visite Pemba.

Em Inhambane tem Safari, para estar com o que apelidados de “Big Five Sea”: tubarão+ raia+ golfinho+ baleia+ aquele outro, ué.


Sobrevivi, mas não faria duas vezes.

Foi pro currículo, e não me arrependo.

Recomendo, com moderação.

Moderação é sinônimo de neoprene.


Fonte da imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Whale_shark_tofo_mozambique_2007.jpg

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domingo, 10 de janeiro de 2010

Mafalda em: Feliz Ano Novo

Confesso que raramente leio mensagens de ano novo e natal.
Abro duas ou três sobre cada uma dessas datas.
Afinal, sei que as pessoas queridas se desejam “tudo de bom” em qualquer data.

Ontem recebi uma das poucas mensagens que abri.
Embora fosse um Power Point (o que cai em 99% as chances de eu abrir qualquer mensagem), olhei por ser algo da Mafalda.

Tá bem, o autor do texto é desconhecido , mas gostei do tom porque quase todo ele parece mesmo com o que Mafalda diria!

A tod@s nós, um bom ano!





















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