tag:blogger.com,1999:blog-49267358342060759322024-02-21T07:41:48.348-03:00Devaneios e CompanhiaUm pouco do que vejo, ouço, leio, sinto e meus devaneios acerca disto tudo...<br>
Nada aqui pretende ser "verdade". Devaneios são devaneios. SEJA BEM-VINDXJanaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.comBlogger129125tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-46443252437001665672015-01-07T16:24:00.001-02:002015-01-07T17:01:16.565-02:00Jovem, negra, pobre e analfabeta<br />
<h3>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinIIdeU2F65D5wxF5DYLjQNLpLYee0hxgM4ErrnMFZ6XPlZ_aEvGxlzkFV9OJA_2_AoSwcEDP73bbzsZD4b9hdDrKwAbYyN2T_e7Tn1nwzLokvbXYvU1SLaf7W0X33Xj6B80ERr_p-sHQ/s1600/DILM.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinIIdeU2F65D5wxF5DYLjQNLpLYee0hxgM4ErrnMFZ6XPlZ_aEvGxlzkFV9OJA_2_AoSwcEDP73bbzsZD4b9hdDrKwAbYyN2T_e7Tn1nwzLokvbXYvU1SLaf7W0X33Xj6B80ERr_p-sHQ/s1600/DILM.jpg" height="222" width="320" /></a><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><span style="color: #222222;">Conheci Rosinha há aproximadamente 10 anos. Na época eu havia deixado o interior do estado de São Paulo e me mudado para a capital. Estava feliz por meu novo emprego, pela mudança de cidade </span><i style="color: #222222;">y otras cositas más.</i></span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><i style="color: #222222;"><br /></i>Depois de alguns meses, chegou Rosinha. Ela iria trabalhar na limpeza via "Frente de Trabalho". Não tinha carteira assinada e toda seguridade que esta nos dá, tais como férias, 13º salário, seguro desemprego, fundo de garantia... Se faltasse ao trabalho, ainda que por motivo de doença, não receberia a cesta básica mensal. Só tinha 40h semanais a serem trabalhadas, um salário mínimo (R$260,00 ou U$98,00, na época) e nossa sujeira nas salas, pátios, banheiros, cozinhas e afins. </span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Mulher, jovem, negra e nordestina. Pensava que era dois ou três anos mais velha que eu. Mas era dois anos mais nova. Com vinte e poucos anos, já gerara quatro filhos. Morava com os três mais novos. O filho mais velho tinha ficado com os avós na terra natal. Sem qualificação para empregos formais, tanto ela quanto o marido recolhiam óleo para fazer sabão e vender. </span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Analfabeta. Rosinha foi o adulto mais jovem que conheci que não sabia nem ler nem escrever. Sem nenhum tipo de deficiencia intelecutal, não podia frequentar o EJA Educação de Jovens e Adultos porque o marido não gostava que saísse à noite. Lamentava não poder ajudar seus filhos com as lições escolares. Mas seu sorriso era farto, ainda que tímido.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Após 12 meses de trabalho, seu contrato precário não poderia ser renovado. A promessa de "qualificação profissional" para os trabalhadores da "Frente" não se cumpriu. Angustiada, nos deixou seu número de telefone para que a contatássemos para faxinas. Foi embora, fazer sabão.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Faxineira. Começou a fazer limpeza esporádica na casas dos trabalhadores que conheceu no serviço da "Frente". Indicada para trabalhar na cidade vizinha, desceu no ponto errado e não conseguiu chegar ao trabalho. Olhava as placas nas ruas. Via mas não lia. Com medo de se perder ainda mais, voltou para casa. Não ganhou pela faxina e gastou o dinheiro com o ônibus.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Beneficiária do Bolsa Família, Rosinha era prova viva do quanto esse recurso faz diferença na vida das pessoas. Se existem pessoas corruptas que recebem a bolsa sem a devida necessidade, pessoas com sérias dificuldades para sobreviver não podem ficar deassistidas. Que se fiscalize mais. Ponto!</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Trabalhando também em minha casa, ficamos mais próximas. Minha priminha era da mesma idade que sua filha mais velha. O óleo que minha família usava, quando era reservado para que seu esposo fizesse a retirada e transformasse em sabão. Troquei de aparelho celular e ele se interessou pelo aparelho antigo, daqueles que ainda vinham com um número fixo, sem chip. Seguindo o lema "Reduzir, Reutilizar e Reciclar".</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Madrugada de 2008, meu antigo número começa a chamar. Havia se passado dois anos. _Janaína, vá pra delegacia ver Rosinha _ falou uma voz masculina._Quem está falando? Por que Rosinha está na delegacia?_Aqui é o marido da Rosinha. Ela precisa de você. _ E desligou.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Liguei para o número de Rosinha diversas vezes, ninguém atendeu. Depois um número desconhecido me chamava, para que eu explicasse o que queria com Rosinha àquela hora. Era da delegacia.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Troquei de roupa e me dirigi ao 1ºDP da cidade. Era minha segunda vez em uma delegacia. A primeira foi para tirar meu documento de identidade, em minha cidade do “interior do interior” do Paraná. Situação bem distinta desta. Não sabendo como proceder, me sentei na esperança de ser chamada para algum atendimento. Como não aconteceu, me dirigi a um dos funcionários da delegacia, explicando mais ou menos o ocorrido. Me mandaram entrar em uma sala.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Na sala estava a delegada. Mulher também jovem em seu primeiro plantão. Atrapalhada, relatou que não esperava caso tão complexo em seu primeiro dia. Ela me falou que Rosinha estava detida para averiguação. A polícia foi chamada durante a noite pelos vizinhos devido a uma briga do casal. Ao chegar no local, a polícia tomou conhecimento de que o motivo da briga era o estupro recorrente da filha mais velha pelo pai. O marido de Rosinha fugiu e ela foi detida para averiguarem se ela era cúmplice do crime.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Expliquei que era amiga de Rosinha. Que tinha ido a delegacia devido a um telefonema de seu marido, dizendo que ela estava na delegacia precisando de mim. Tive que falar diversas vezes que não sabia onde ele estava. Já Rosinha, estava chorando no canto da sala, sentada em uma cadeira, com os dois filhos menores a seu redor. Só balbuciava "eu não sabia, eu não sabia" entre um soluço e outro. A filha, vítima dos estupros, tinha sido levada para o hospital para fazer exames para “fins legais”.</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span><span style="font-weight: normal;">Após encontrado, seu marido foi preso imediatamente pois era procurado por um outro crime cometido no passado. Descobriu-se que os abusos começaram quando a mãe começou a trabalhar fora, na "Frente". O pai passava as tardes cuidando dos filhos e abusava da mais velha, que na época tinha 10 anos. O segredo era mantido por inúmeros mecanismos, desde dar doces para as crianças menores ficarem brincando do lado de fora do barraco enquanto o abuso ocorria, "mimar" a filha abusada de forma a manipula a manutenção do segredo, até induzir a menina a tomar contraceptivos.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Sem o ex-marido impedindo, Rosinha finalmente começou a frequentar o EJA, mas não conseguiu dar continuidade. Teve que vender o barraco onde morava porque o ex exigia sua parte. Recebeu inúmeros telefonemas do sistema penitenciário até convencer a assitente social do local que não era mais conjuge do detento e que não tinha interesse em ajudá-lo no que quer que fosse. Com os filhos abrigados na cidade vizinha, aprendeu na marra a se locomover por lá, indo visitá-los e às audiências até que lhe restituíram a guarda.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Jamais pensou em voltar com aquele que lhe trouxe tanta tristeza e promoveu estragos imensos em sua vida e na de seus filhos. Temia que ele voltasse ao convívio e abusasse da filha mais nova, que agora chegava a idade de 10 anos. Certa vez a perguntei sobre quando passou a viver com o pai das crianças. E a resposta foi: "_Aos 13 anos"! E ele era, no mínimo, 20 anos mais velho que ela.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />Tudo o que aconteceu após a cena da delegacia, foi ao longo do ano de 2009, quando morei em Moçambique. De lá, pouco pude ajudar. Quando voltei, em 2010, Rosinha ainda estava sem trabalho fixo e voltou a fazer faxina em minha casa. Era monitorada pelo conselho tutelar no cuidado com os filhos. A maior dificuldade é que a filha mais velha não queria frequentar a escola. Mentia, saía escondida nas madrugadas, a maltratava e, por fim, engravidou com 14 anos. Quem queria assumir a criança como filho era o novo namorado, que foi preso por assalto durante a gravidez da adolescente. </span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br />No final de 2011, quando foi morar no litoral, Rosinha conheceu o mar. Com 30 e poucos anos, morando há 60km da praia, nunca tinha posto os pés na água salgada. Não foi a passeio, mas sim me ajudar com a limpeza da nova residência. Porém, antes do sol se pôr nos dirigimos pra orla. Espero que um dia ela possa ir ao mar apenas à passeio.Em 2012, quando assumi a coordenação de um centro de refêrencia para mulheres em situação de violência, reencontrei aquela delegada. Agora ela era responsável por uma DDM Delegacia de Defesa da Mulher. Não se lembrava de mim, mas depois pudemos falar sobre aquele final de 2008, tão marcante em nossas vidas. A delegada entrou pra relação das pessoas queridas.</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /><span style="line-height: 18px;">Escrevo essa lembrança porque nesta semana, ao consultar uma operadora de serviços telefônicos, fui informada que tenho uma linha que está sem uso desde 2009. Achei que era confusão típica dessas empresas, mas depois rememorei os fatos. A linha é do antigo celular, com número fixo, que já apareceu nesta história.</span></span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span><span style="color: #222222;"><span style="line-height: 18px;">Preciso cancelar a linha </span></span><span style="color: #222222;"><span style="line-height: 18px;">telefônica</span></span><span style="color: #222222;"><span style="line-height: 18px;"> mas não cancelarei a lembrança por ela desencadeada, pois ainda temos muito que lutar por um mundo mais justo e igualitário; onde Rosinhas tenham condições de vida mais digna com condições para desfrutar das oportunidades que lhes surgirem; onde meninos e meninas não sejam abusados sexualmente, já que os principais abusadores são seus pais, padrastos e outros parentes próximos; onde as mulheres tenham direito a ir e vir, sem se sentirem intimidadas por seus companheiros ou desconhecidos na rua; onde homens e mulheres tenham acesso a trabalho digno e benefícios de redistribuição de renda, quando necessários; onde homens e mulheres que não passem por tanta dificuldade com renda, violência e opressão possam se solidarizar por um mundo melhor e mais justo para todas e todos.</span></span></span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span></span><span style="line-height: 18px;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fonte da Imagem: </span></span><a href="http://nucleogenerosb.blogspot.com.br/2011/05/espiral-do-silencio-feminista-qual-e.html" target="_blank"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Gr</span></span>if Maçãs Podres </a></span></span></h3>
<br />
<div class="gmail_quote">
<div dir="ltr">
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
</div>
</div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-65077851859767357372015-01-01T12:30:00.000-02:002015-01-07T15:59:36.386-02:00A comida da vovó (Gula) 2<div>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTH2oyvARo3dUC5KCB_ZwjipMx1Aes0C0Za7X0WDW5JsbHUnrqbFRWazP3D95T22koXxDLXAvIOtCvFy4KYXB2jlSTTBC5-eJ-qNPXI1TBoY3w8N87nvVqBWqwMhdSOEkhVZcqd_Pp14s/s1600-h/vovo_cozinheira.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTH2oyvARo3dUC5KCB_ZwjipMx1Aes0C0Za7X0WDW5JsbHUnrqbFRWazP3D95T22koXxDLXAvIOtCvFy4KYXB2jlSTTBC5-eJ-qNPXI1TBoY3w8N87nvVqBWqwMhdSOEkhVZcqd_Pp14s/s200/vovo_cozinheira.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402494247692355634" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: left; height: 200px; margin: 0 10px 10px 0; width: 168px;" /></a><br />
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><i>Texto originalmente publicado em dezembro de 2009.</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">No interior do Paraná, em uma cidade que já não conheço ninguém e com o pé quebrado, um dos poucos prazeres que me restam é a gula... </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Posto de lado as consequencias, entrego-me ao meu segundo pecado capital preferido, fazendo desse período algo menos chato. E com a ajuda dos mimos familiares as coisas ficam bem mais fáceis. Ao menos quase sempre...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Vamos ao <i>causo</i>:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Minha avó, 87 anos, veio me fazer a visitinha diária. Chegou toda faceira e contou:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_Ah, Já, sabe o que fiz hoje pra janta? Banana verde!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Ai, que delícia! Trouxe um pouco pra mim, vó?”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_Não, fia. Nem sabia que você gostava... Onde você comeu?”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_Vó, claro que gosto! A senhora mesmo fez várias vezes... Até esses dias lá em Moçambique eu comentei que tava com vontade de comer!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_É? Hum... Achei que não fazia desde os tempos da Baixada da Areia...” - (Ou seja, há uns 20 anos atrás, no sítio onde ela morava e onde passei parte da infância)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Ai, vó, claro que não!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Aaaah, fia, que pena que eu não trouxe. E e vô não pode trazer porque já tá descansando... Hoje levantou cedo pra carpir umas datas!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_Mas nem é pro vô trazer, tadinho! Amanhâ peço pro meu irmão ir buscar pro almoço!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">A vó vai embora. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Cinco minutos depois chega o vô ,79 anos, trazendo a comida, dizendo que bom é comer no dia que fez! Todo bonitinho e feliz com o mimo que faz, deixa a comida na cozinha e diz que não vai ficar mais porque ta cansado!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Passada uma hora, a fome chegou! Fui manquitolando até a cozinha procurar o meu jantar de comidinha-roceira-especial! Vi uma vasilha por cima do fogão, olhei: uma coisa gosmenta, não era aquilo! Nas panelas: arroz, feijão... Olhei no micro ondas: vazio! Talvez na geladeira: nem por isso!! Na falta de imaginação de onde mais procurar (na casa dos outros, só olhamos em lugares mais óbvios) perguntei:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Mãe, você viu onde o vô deixou meu <i>abafadinho </i>de mamão?”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Mamão? Não é mamão, é banana!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Aaiiii... Péssima noticia! Na hora do anuncio da comida pela avó, meu desejo trocou as frutas...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Constatei que a coisa gosmenta era o meu quitute: feito pela avó velhinha, trazido pelo avô cansado, que a neta teimou que gostava!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">O que mais eu poderia fazer além de enfrentar honradamente a situação? Esquentei a gogoroba, coloquei três colheres bem cheias no prato vazio (pra não estragar nada que entrasse em contato com ela), peguei uma fatia de pão e botei pra dentro. Tu-di-nho.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Minha mãe, sentada na minha frente não acreditava no que via. Eu, bravamente comendo aquilo, como se estivesse em um treinamento pra combate ou numa prova de sobrevivência!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Noutro dia a avó:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Já, matou a vontade de comer a banana verde?”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">“_ Ah sim, tava ótimo. Mas prefiro mesmo mamão!”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Na boa, comer a sopa de banana era o que eu mandaria qualquer criança fazer, se ela estivesse em meu lugar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8DPPwTbCmrUbghOrvm_5YiKQRfh3lB1xAWSNynjFSZTiV87KRAUZeRD9_cMdXDbHK7jzZkgiM4ydzIieTJjq0cFBQ9uF_FlKJMs8S4PVsYyRftka78m-dub3dyzZrzMs-gsc9UIfcSBk/s1600-h/refogado+mamao.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8DPPwTbCmrUbghOrvm_5YiKQRfh3lB1xAWSNynjFSZTiV87KRAUZeRD9_cMdXDbHK7jzZkgiM4ydzIieTJjq0cFBQ9uF_FlKJMs8S4PVsYyRftka78m-dub3dyzZrzMs-gsc9UIfcSBk/s400/refogado+mamao.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402497618283045842" style="cursor: pointer; height: 126px; width: 400px;" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">1) Refogado de mamão verde. Fonte da foto e receita, <a href="http://cozinhasemcebola.blogspot.com/2008/06/mamo-verde-refogado-com-carne.html">clique aqui.</a></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">2) Sopa de banana verde <i>bacanuda</i>. Fonte da foto e receita, <a href="http://mdemulher.abril.com.br/culinaria/receitas/receita-de-sopa-banana-verde-487076.shtml">clique aqui</a>. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><b>Fonte da imagem da vovó</b>: </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><a href="http://www.lnb.blog.br/wp-content/uploads/2009/07/vovo_cozinheira.jpg">http://www.lnb.blog.br/wp-content/uploads/2009/07/vovo_cozinheira.jpg</a></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">.</span></div>
</div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-14902200329660970372014-08-04T07:48:00.000-03:002014-08-05T13:08:23.957-03:00Janaínas e Iemanjás Musicais IISemana passada fiz uma <a href="http://devaneiosecompanhia.blogspot.com.br/2014/07/janainas-e-iemanjas-musicais.html" target="_blank">postagem</a>, de cunho bastante afetivo, onde contava um pouco a descoberta dos significado do meu nome e as melodias que deram mais sentido a ele, com o passar dos anos.<br />
<br />
Ocorre que muitas canções sobre Janaínas ficaram de fora. Alguns amigos e amigas chamaram atenção para o fato e expliquei que não foi mero esquecimento. De fato escolhi algumas naquele momento e deixo, hoje, aqui outras tantas.<br />
<br />
<b>CAMINHOS DO MAR </b>(Dorival Caymmi)<br />
Yemanja Odoiá Odoiá<br />
Rainha do mar<br />
Yamanja Odoiá Odoiá<br />
Rainha do mar<br />
<br />
O canto vinha de longe<br />
De la do meio do mar<br />
Não era canto de gente<br />
Bonito de admirar<br />
<br />
O corpo todo estremece<br />
Muda cor do céu do luar<br />
<br />
Um dia ela ainda aparece<br />
É a rainha do mar<br />
<br />
Yemanja Odoiá Odoiá<br />
Rainha do mar<br />
Yemanja Odoiá Odoiá<br />
Rainha do mar<br />
<br />
Quem ouve desde menino<br />
Aprende a acreditar<br />
Que o vento sopra o destino<br />
Pelos caminhos do mar<br />
<br />
O pescador que conhece<br />
as historias do lugar<br />
morre de medo e vontade<br />
de encontrar Yemanja<br />
<br />
Yemanja Odoiá Odoiá<br />
Rainha do mar<br />
Yemanja Odoiá Odoiá<br />
Rainha do mar<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/8GRVNYDdOVY" width="420"></iframe><br />
<div>
<br />
<b>CANTO DE YEMANJÁ </b>(Vinicius de Moraes/ Badem Powell)<br />
Vem do luar no céu<br />
vem do luar<br />
no mar coberto de flor, meu bem<br />
de Yemanjá<br />
de Yemanjá a cantar o amor<br />
e a se mirar<br />
na lua triste no céu, meu bem<br />
triste no mar<br />
<br />
Se você quiser amar<br />
se você quiser amor<br />
vem comigo a Salvador<br />
para ouvir Yemanjá<br />
a cantar na maré que vai<br />
e na maré que vem do fim<br />
bem do fim do mar<br />
bem mais além<br />
<br />
Yemanjá, Yemanjá<br />
Yemanjá é dona Janaína que vem<br />
Yemanjá Yemanjá<br />
Yemanjá é muita tristeza que vem<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/qTQe8BdiTIQ" width="420"></iframe><br />
<br />
<b>RAINHA DO MAR</b> (Dorival Caymmi)<br />
Minha sereia é rainha do mar<br />
Minha sereia é rainha do mar<br />
O canto dela faz admirar<br />
O canto dela faz admirar<br />
<br />
Minha sereia é moça bonita<br />
Minha sereia é moça bonita<br />
Nas ondas do mar <br />
Aonde ela habita<br />
<br />
Ai tem dó<br />
De ver o meu penar<br />
Ai tem dó<br />
De ver o meu penar<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/AXKHoe1idsE" width="420"></iframe><br />
<br />
<br />
<b>CAMAFEU</b> (Candeia)<br />
Camafeu<br />
Cadê Maria de São Pedro?<br />
Foi passear<br />
E os passeios de Maria fez a Bahia chorar<br />
Maria foi lá pra longe<br />
Maria não vai voltar<br />
Mas deixou sua família<br />
Pra seu nome cultuar<br />
<div>
</div>
<br />
Lalá i lá, Lalá i lá<br />
Lalá i lá, Lalá i lá<br />
É Janaína<br />
Janaína, Janaína</div>
<div>
</div>
Janaína, Janaína<br />
<br />
<div>
</div>
Camafeu cadê Mestre Pastinha?<br />
Tá com oitenta pra lá<br />
Ainda joga capoeira<br />
Com quem tem vinte pra cá<br />
E por onda de alaqueto<br />
Não precisa perguntar<br />
Encontrei com menininha<br />
Perto do seu casuá<br />
Lalá i lá, Lalá i lá<br />
Lalá i lá, Lalá i lá<br />
É Janaína<br />
Janaína, Janaína<br />
<div>
</div>
Janaína, Janaína<br />
<div>
</div>
<br />
Camafeu, Camafeu cadê você?<br />
Estou em todo lugar<br />
Só vendendo bugigangas<br />
No mercado popular<br />
Se o mercado está fechado<br />
Pego o barco e vou pescar<br />
Samba no mar, Samba no mar<br />
Samba no mar, Samba no mar<br />
<br />
Samba no mar da Bahia<br />
Samba no mar Engenho Velho<br />
Samba no mar Manzurica<br />
Samba no mar Edomarica<br />
Samba no mar Mestre Branca<br />
Samba no mar Corridó<br />
Samba no mar Odilon<br />
Samba no mar, Samba no mar<br />
Samba no mar, Samba no mar<br />
<div>
</div>
<br />
Samba no mar da Bahia...<br />
<div>
</div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/giuxH-KCb2w" width="420"></iframe><br />
<br />
<b>JANAÍNA </b>(Otto)<br />
Disse um velho orixá pra Oxalá<br />
Pra acreditar<br />
Pra não temer, temer, temer<br />
Desses tempos verdadeiros<br />
Tempos maus<br />
<br />
Dia 2 de fevereiro<br />
Dia de Iemanjá<br />
Vá pra perto do mar<br />
Leve mimos pra sereira<br />
Janaína Iemanjá<br />
Pra perto do mar<br />
Leve mimos pra sereia<br />
Janaína Iemanjá<br />
<br />
Havia rosas no mar<br />
Havia ondas na areia<br />
<div>
<br />
Lá em Rio Vermelho<br />
Em Salvador<br />
Vamos dançar<br />
Dia 2 de fevereiro<br />
Dia de Iemanjá<br />
Leve mimos pra sereira<br />
Janaína Iemanjá<br />
<br />
Disse um velho orixá pra Oxalá<br />
Pra não temer<br />
Pra não temer<br />
Dia 2 de fevereiro<br />
Festa lá no Rio Vermelho<br />
Em Salvador vamos dançar<br />
Leve mimos pra sereia<br />
Janaína Iemanjá<br />
<br />
Havia rosas no mar<br />
Havia ondas na areia<br />
Vá brincar no Rio Vermelho<br />
A festa de Iemanjá<br />
Salvador está em festa<br />
Vou cantar<br />
<br />
Vou cantar, ah<br />
Pra saudade sereia<br />
Vai brincar na areia<br />
Para acreditar<br />
<br />
Pra saudade sereia<br />
Vista de branco<br />
Dia de lua cheia</div>
<div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/ucWVzBnCWDQ" width="420"></iframe><br />
<br />
<b>JANAÍNA</b> (Rubens Aredes)<br />
Janaína da Barraginha é moça bonita<br />
Morena dos Olhos claros levantava cedo todo dia<br />
vinha trabalhar na feira voltava e se assentava<br />
No sofá em frente à caixa, no sofá em frente à caixa<br />
<br />
Queria conhecer seus ancestrais<br />
Misturou guaraná<br />
Com ayahuaska<br />
Conheceu os segredos do pajé e do Babalaô<br />
<br />
Janaína da barraginha é moça forte<br />
Mulher da raça, da lata, do preto e da cachaça<br />
Misturou catimbó com afoxé<br />
E fez o Egum descer do Orum<br />
<br />
Janaína fez descer Iaci<br />
Índia do mato<br />
Amante de brancos<br />
Amar rada na castanheira<br />
morta com frieza<br />
Extinta por inocência<br />
Janaína fez descer Ajê Xalugã<br />
Cidadão livre do Quilombo dos Palmares<br />
No sofá em frente à caixa</div>
<div>
<br />
<div style="color: #555555; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/FjZ8OrYzzS4" width="560"></iframe></div>
<br />
<div>
<b>JANAÍNA</b>(Biquine Cavadão)<br />
Janaína acorda todo dia às quatro e meia<br />
E já na hora de ir pra cama, janaina pensa<br />
Que o dia não passou<br />
Que nada aconteceu<br />
<br />
Janaína é passageira<br />
Passa as horas do seu dia em trens lotados<br />
Filas de supermercados, bancos e repartições<br />
Que repartem sua vida<br />
<br />
Mas ela diz<br />
Que apesar de tudo ela tem sonhos<br />
Ela diz<br />
Que um dia a gente há de ser feliz<br />
Se deus quiser.....<br />
<br />
Janaína é beleza de gestos, abraços,<br />
Mãos, dedos, anéis e labios<br />
Dentes e sorriso solto<br />
Que escapam do seu rosto<br />
<br />
Janaína é só lembrança de amores guardados<br />
Hoje é apenas mais uma pessoa<br />
Que tem medo do futuro- que aconteceu? -<br />
Se alimenta do passado<br />
<br />
Mas ela diz<br />
Que apesar de tudo ela tem sonhos<br />
Mas ela diz<br />
Que um dia a gente há de ser feliz<br />
<br />
Já não imagina<br />
Quantos anos tem<br />
Já na iminência<br />
De outro aniversário<br />
Janaína acorda todo dia às quatro e meia<br />
Já na hora de ir pra cama, Janaína pensa<br />
Que o dia não passou<br />
Que nada aconteceu<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/LndCanx_l7A" width="560"></iframe><br />
<br />
<b>Janaína Argentina</b> (Jorge Ben Jor)<br />
Lá vem Janaína argentina<br />
Por isso quando ela passar<br />
Ninguém mexe que tem dono<br />
Está comigo<br />
Pode olhar, mas sem tocar<br />
<br />
Por isso quando ela passar<br />
Ninguém mexe que tem dono<br />
Está comigo<br />
Pode olhar mas sem tocar<br />
<br />
Janaína Argentina<br />
Mulher, doce menina<br />
Mimosa, cheirosa, bonita e gostosa,<br />
O perigo a flor da pele<br />
Um prazer constante,<br />
uma aventura, uma aposta deliciante<br />
<br />
Por isso quando ela passar<br />
Ninguém mexe que tem dono<br />
Está comigo<br />
Pode olhar mas sem tocar<br />
<br />
Janaína argentina<br />
Mulher, doce menina<br />
Deixa ela desfilar<br />
Deixa ela jogar<br />
Deixa ela se soltar<br />
Deixa ela brincar<br />
Deixa ela passear<br />
Deixa ela viajar<br />
Deixa ela ser feliz<br />
Deixa ela dançar<br />
Deixa ela me amar<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_LK7HHpdBh4Wd8W9LUZLOl3kd6f-bCNmzEVu1vSMHffnHKIgD7kdMOZ7kXG4TDfep2HGISRwrhKVNYquFlXsdBYLJBRKEkghLwgxS1Qwe8JCZzwRmgOV8X7ilXwdLEmQcGQhnE2aHGL8/s1600/Y2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_LK7HHpdBh4Wd8W9LUZLOl3kd6f-bCNmzEVu1vSMHffnHKIgD7kdMOZ7kXG4TDfep2HGISRwrhKVNYquFlXsdBYLJBRKEkghLwgxS1Qwe8JCZzwRmgOV8X7ilXwdLEmQcGQhnE2aHGL8/s1600/Y2.jpg" height="251" width="400" /></a></div>
<br />
Imagem disponível em: www.cozinhaafetiva.com.br</div>
</div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-56134929837301465202014-07-29T17:37:00.000-03:002014-08-19T10:40:25.772-03:00Janaínas e Iemanjás MusicaisCostumo dizer que uma das vantagens de se chamar Janaína é a boa quantidade de música com essa referência. Refiro-me especificamente à MPB- Música Popular Brasileira e sua vizinhança.<br />
<br />
Quando criança, Tio Negão nos encantava nas noites da roça. Em baixo da Pata-de-vaca <i>(Bauhinia variegata)</i>, iluminada pela luz da lua ou da casa mais a frente, nosso tio avô nos contava seus causos para fazer rir ou sentir medo. E entre uma coisa e outra, as vezes me dizia assim: “_Sabia que Janaína é o nome de uma sereia negra?”<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheaF14w8PpgQIxB5sdVOUPp8ChmsNpK3abmyMH7CPDAIKXsxGcMe5t_sxrKAteiVWneXeWI-mjR2zUX80x3vCqpa4RqUrBoCclOm0nG4ikNPqFM1nwbXQZ-O8S66aWDvrIfzvmuOfmbTQ/s1600/yemanja.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheaF14w8PpgQIxB5sdVOUPp8ChmsNpK3abmyMH7CPDAIKXsxGcMe5t_sxrKAteiVWneXeWI-mjR2zUX80x3vCqpa4RqUrBoCclOm0nG4ikNPqFM1nwbXQZ-O8S66aWDvrIfzvmuOfmbTQ/s1600/yemanja.jpg" height="320" width="213" /></a>Sim, eu sabia porque ele já havia me falado outras tantas vezes. E nesta única frase cabia muita coisa. Cabia sereia, cabia negra, cabia saber. Não precisava prosseguir com mais detalhes. Nunca fez falta que não contasse mais sobre “minha sereia”. Tudo já estava lá para minha imaginação.<br />
<br />
Quando cresci e meu repertório musical se ampliou para além das deliciosas cantigas infantis e modas de viola de casa, soube também que a tal sereia era Yemanjá, um importante Orixá das religiões de matrizes africanas no Brasil. <br />
<br />
Já na faculdade, havia um professor, José Augusto Pontes, que anunciou na aula inaugural que dali pra frente, toda vez que chegasse a sala, contaria o significado do nome de dois alunos. "_Iemanjá: Rainha do mar, protetora das mães e das esposas". Foi assim que ele fez saber a mim e à turma sobre Janaína.<br />
...<br />
A vontade de escrever esta post foi conhecer Kirsten, uma querida-recém-apresentada-a-mim pelo amado <a href="http://www.radio.uol.com.br/volume/ale-dile/ale-dile/131731" target="_blank">Alê d'Ilê</a>, durante nosso último passeio à Porecatu. Ela me disse que há anos atrás chamou sua filha por Janaína após ver este nome escrito em um ônibus no norte do país, lá pelas terras da Amazônia e suas águas. Penso que é um presente imaterial. Gosto assim.<br />
<br />
Por aqui, deixo algumas letras, vozes e "vídeos para ouvir", já que alguns são mesmo compostos estritamente por áudios. Apenas? Não, Música nunca é "apenas".<br />
<br />
<i>Você pode ler e ouvir outras Janaínas em <span style="font-size: xx-small;">http://devaneiosecompanhia.blogspot.com.br/2014/08/janainas-e-iemanjas-musicais-ii.html</span></i><br />
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>QUEM VEM PRA BEIRA DO MAR </b>(Dorival Caymmi)</div>
<div style="text-align: left;">
Quem vem pra beira do mar, ai</div>
<div style="text-align: left;">
Nunca mais quer voltar, ai</div>
<div style="text-align: left;">
Quem vem pra beira do mar, ai</div>
<div style="text-align: left;">
Nunca mais quer voltar</div>
<div style="text-align: left;">
Andei por andar, andei</div>
<div style="text-align: left;">
E todo caminho deu no mar</div>
<div style="text-align: left;">
Andei pelo mar, andei</div>
<div style="text-align: left;">
Nas águas de Dona Janaína</div>
<div style="text-align: left;">
A onda do mar leva</div>
<div style="text-align: left;">
A onda do mar traz</div>
<div style="text-align: left;">
Quem vem pra beira da praia, meu bem</div>
<div style="text-align: left;">
Nunca mais quer voltar</div>
<div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/NGQ0XBdt7ZM" width="420"></iframe></div>
</div>
<div>
<div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>BANZO </b>(Itamar Assumpção)</div>
<div style="text-align: left;">
Às margens do rio Sena</div>
<div style="text-align: left;">
Me lembro do Amazonas</div>
<div style="text-align: left;">
Da minha raça morena</div>
<div style="text-align: left;">
Bordunas e pés de cana</div>
<div style="text-align: left;">
Das procissões das novenas</div>
<div style="text-align: left;">
Das praias com sua dunas</div>
<div style="text-align: left;">
Penha, Vila Madalena</div>
<div style="text-align: left;">
Dos Paiakans, dos Jurunas</div>
<div style="text-align: left;">
Lembro Xangô, Janaína</div>
<div style="text-align: left;">
Tupã, Roraima, Itabuna</div>
<div style="text-align: left;">
Dos Brancos cá Caraíbas</div>
<div style="text-align: left;">
Paris me lembra Criciúma</div>
<div style="text-align: left;">
Porto Alegre, tri Curitiba</div>
<div style="text-align: left;">
Gurias Loiras, morenas</div>
<div style="text-align: left;">
Me lembra rio Paraíba</div>
<div style="text-align: left;">
Pará,Paraná, Paranapanema</div>
<div style="text-align: left;">
Aqui e lá há Lagunas</div>
<div style="text-align: left;">
Mas não há lá Iracemas</div>
<div style="text-align: left;">
Mas lembro que a cobra fuma</div>
<div style="text-align: left;">
Na França ou Ipanema</div>
<div style="text-align: left;">
Remember da minha tchurma</div>
<div style="text-align: left;">
Piquet, Fittipaldi e Senna</div>
<div style="text-align: left;">
São Paulo, usina de Furnas</div>
<div style="text-align: left;">
Umãpe xe raperana*</div>
<div style="text-align: left;">
*onde será o meu caminho? (tupi)</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/poWFvjIBamY" width="420"></iframe><br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>MINHA SEREIA</b> (Joyce)</div>
<div style="text-align: left;">
Ela vinha como um sol</div>
<div style="text-align: left;">
Tão bonita de se olhar</div>
<div style="text-align: left;">
Me pegava a mão</div>
<div style="text-align: left;">
Dizia: Não tema não</div>
<div style="text-align: left;">
Ela me ensinava a nadar</div>
<div style="text-align: left;">
E eu ali naquele azul</div>
<div style="text-align: left;">
Sem saber como explicar</div>
<div style="text-align: left;">
Fui bem fundo lá</div>
<div style="text-align: left;">
Que nem dá pra imaginar</div>
<div style="text-align: left;">
Sempre me deixando levar</div>
<div style="text-align: left;">
Me ensina a fazer renda, sereia</div>
<div style="text-align: left;">
Me ensina a namorar</div>
<div style="text-align: left;">
Me guarda em tua saia</div>
<div style="text-align: left;">
Que eu quero na praia me molhar</div>
<div style="text-align: left;">
Minha mãe falou pra mim</div>
<div style="text-align: left;">
Meu menino, o que é que há</div>
<div style="text-align: left;">
Que nem dorme mais</div>
<div style="text-align: left;">
Que é que faz pra te agradar</div>
<div style="text-align: left;">
Que você só fica a delirar</div>
<div style="text-align: left;">
Ó mãe eu estou pensando na vida</div>
<div style="text-align: left;">
Pensando em me casar</div>
<div style="text-align: left;">
Casar com uma sereia</div>
<div style="text-align: left;">
Iara, Janaína, Iemanjá</div>
<div style="text-align: left;">
Só que quando dei por mim</div>
<div style="text-align: left;">
Ela já não estava lá</div>
<div style="text-align: left;">
Me acenou adeus, mergulhou, partiu com os seus</div>
<div style="text-align: left;">
Foi morar no fundo do mar</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/RmLdWgwvlEo" width="420"></iframe><br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>LENDA DAS SEREIAS</b> (Vicente / Dionel / Veloso)</div>
<div style="text-align: left;">
Oguntê, Marabô</div>
<div style="text-align: left;">
Caiala e Sobá</div>
<div style="text-align: left;">
Oloxum, Ynaê</div>
<div style="text-align: left;">
Janaina e Yemanjá</div>
<div style="text-align: left;">
São rainhas do mar</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Mar, misterioso mar</div>
<div style="text-align: left;">
Que vem do horizonte</div>
<div style="text-align: left;">
É o berço das sereias</div>
<div style="text-align: left;">
Lendário e fascinante</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Olha o canto da sereia</div>
<div style="text-align: left;">
Ialaó, oquê, ialoá</div>
<div style="text-align: left;">
Em noite de lua cheia</div>
<div style="text-align: left;">
Ouço a sereia cantar</div>
<div style="text-align: left;">
E o luar sorrindo</div>
<div style="text-align: left;">
Então se encanta</div>
<div style="text-align: left;">
Com as doces melodias</div>
<div style="text-align: left;">
Os madrigais vão despertar</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Ela mora no mar</div>
<div style="text-align: left;">
Ela brinca na areia</div>
<div style="text-align: left;">
No balanço das ondas</div>
<div style="text-align: left;">
A paz, ela semeia</div>
<div style="text-align: left;">
Ela mora no mar</div>
<div style="text-align: left;">
Ela brinca na areia</div>
<div style="text-align: left;">
No balanço das ondas</div>
<div style="text-align: left;">
A paz, ela semeia</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Toda a corte engalanada</div>
<div style="text-align: left;">
Transformando o mar em flor</div>
<div style="text-align: left;">
Vê o Império enamorado</div>
<div style="text-align: left;">
Chegar à morada do amor</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Oguntê, Marabô</div>
<div style="text-align: left;">
Caiala e Sobá</div>
<div style="text-align: left;">
Oloxum, Ynaê</div>
<div style="text-align: left;">
Janaina e Yemanjá</div>
<div style="text-align: left;">
São rainhas do mar</div>
</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: left;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/q2Fc3pcDMv0" width="420"></iframe><br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>IEMANJÁ RAINHA DO MAR</b> (Pedro Amorim)</div>
<div style="text-align: left;">
Quanto nome tem a Rainha do Mar?</div>
<div style="text-align: left;">
Quanto nome tem a Rainha do Mar?</div>
<div style="text-align: left;">
Dandalunda, Janaína</div>
<div style="text-align: left;">
Marabô, Princesa de Aiocá</div>
<div style="text-align: left;">
Inaê, Sereia, Mucunã</div>
<div style="text-align: left;">
Maria, Dona Iemanjá</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Onde ela vive?</div>
<div style="text-align: left;">
Onde ela mora?</div>
<div style="text-align: left;">
Nas águas</div>
<div style="text-align: left;">
Na loca de pedra</div>
<div style="text-align: left;">
Num palácio encantado</div>
<div style="text-align: left;">
No fundo do mar</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
O que ela gosta?</div>
<div style="text-align: left;">
O que ela adora?</div>
<div style="text-align: left;">
Perfume</div>
<div style="text-align: left;">
Flor, espelho e pente</div>
<div style="text-align: left;">
Toda sorte de presente</div>
<div style="text-align: left;">
Pra ela se enfeitar</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Como se saúda a Rainha do Mar?</div>
<div style="text-align: left;">
Como se saúda a Rainha do Mar?</div>
<div style="text-align: left;">
Alodê, Odofiaba</div>
<div style="text-align: left;">
Minha-mãe, Mãe-d'água</div>
<div style="text-align: left;">
Odoyá!</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
Qual é seu dia<br />
Nossa Senhora?<br />
É dia dois de fevereiro<br />
Quando na beira da praia<br />
Eu vou me abençoar<br />
<br />
O que ela canta?<br />
Por que ela chora?<br />
Só canta cantiga bonita<br />
Chora quando fica aflita<br />
Se você chorar<br />
<br />
Quem é que já viu a Rainha do Mar?<br />
Quem é que já viu a Rainha do Mar?<br />
Pescador e marinheiro<br />
Que escuta a sereia cantar<br />
É com o povo que é praieiro<br />
Que dona Iemanjá quer se casar<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/hNTEy9mvjrI" width="560"></iframe></div>
<br />Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-26478275806469207012014-01-28T08:00:00.000-02:002014-01-28T08:00:06.592-02:00Guarujá, a praia e o lixo<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfo9LyXRp-Vkv7lkS1wGweSDlBaZaPk2MqDDSVbkchjcOzm8UFiQ2DI12sAyfX3b-lnQbFEKW1N1FmE28r4CXvz0FQfOoX4W5n0_23_iRoPn3SwlLaRzJSbVxbb_dPPJS9vjdm_rT9SnM/s1600/20140126_194309.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfo9LyXRp-Vkv7lkS1wGweSDlBaZaPk2MqDDSVbkchjcOzm8UFiQ2DI12sAyfX3b-lnQbFEKW1N1FmE28r4CXvz0FQfOoX4W5n0_23_iRoPn3SwlLaRzJSbVxbb_dPPJS9vjdm_rT9SnM/s1600/20140126_194309.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não trabalho na mesma cidade onde
moro, assim, este é um diálogo que acontece ao menos uma vez na semana durante
o verão:</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">_<i>Onde você mora?</i></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">_No Guarujá.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">_Nossa, que bacana! Você deve curtir
muito a praia com esse calor.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_ Errr... Às vezes...</i> _ e tento cortar o assunto por aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Isso porque,
durante a temporada, o Guarujá se assemelha a uma grande lata de lixo. E isso
não é nenhum exagero.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Moro por aqui há
quase três anos. E o lugar que tantos conhecem (conheciam?) pelas belezas
naturais, hoje se destaca devido à sujeira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em um domingo de
manhã, do verão de 2013, aconteceu de eu ir caminhar com as cachorras na orla
da Enseada. Após dois quarteirões pela calçada à beira mar voltamos pra casa. O
lixo jogado pelo chão era tanto, que dava nojo de continuar. Não se passeia em lixões.
Quando muito, trabalha-se, em um serviço penoso. O cheiro podre, sacolas voando
e urubus espreitando não me pareceram uma boa maneira de começar o dia de folga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1MnUnpkXtna47KENxpugJ1HCDwwzfpxJBamszLc2YcUfYOWVvo2DnOwk4tyfUoYP7DgjjzqHvRU3cz0FlwrdQnIgpnySXcgz_t4zoyW5Nl6X1PIIiH5UjlOV5Cphovx-imnna3czWw_w/s1600/20140126_194001.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1MnUnpkXtna47KENxpugJ1HCDwwzfpxJBamszLc2YcUfYOWVvo2DnOwk4tyfUoYP7DgjjzqHvRU3cz0FlwrdQnIgpnySXcgz_t4zoyW5Nl6X1PIIiH5UjlOV5Cphovx-imnna3czWw_w/s1600/20140126_194001.jpg" height="240" width="320" /></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nesta temporada a
tragédia se repete. Várias foram as matérias que retrataram a situação das
praias: Imundas. Com títulos bem ilustrativos tivemos <i>“</i><i>Crianças brincam</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>perto do lixo em
praia do Guarujá”</i> no
Estadão; <i>“Banhista disputa lugar com lixo
nas areias de Guarujá”</i> na Folha SP e <i>“Lixo
acumulado fica preso em pedras de ilha em Guarujá”</i> no G1, para citar alguns.
Não é implicância minha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A prefeitura
respondeu nas reportagens que o lixo é recolhido uma vez ao dia e que varrem a
praia por três vezes. Diante da situação, obviamente é pouco. E há anos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O lixo dos
quiosques são colocados em sacos plásticos e depositados no passeio junto à
Avenida Miguel Estéfno. Sorte dos cachorros que vivem na rua, que não tem
nenhuma dificuldade para rasgar os recipientes para se alimentar. Todavia, consequentemente,
espalharam a sujeira pela calçada. Lixeiras suspensas seria uma solução bem
simples. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPZx9z4wMfN9TCnyYAORlQ584YXsklcNTTmLIsC7B-pEapFGxz4TywWlOfFPrwvpuaiEDg1kUgj3BGVUg5xiSbNR16N0Mce4JrLQOBf20MW4F1icsKlaeYxB91Cy9-me6Rh-wJ3uEWhRk/s1600/20140126_201811.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPZx9z4wMfN9TCnyYAORlQ584YXsklcNTTmLIsC7B-pEapFGxz4TywWlOfFPrwvpuaiEDg1kUgj3BGVUg5xiSbNR16N0Mce4JrLQOBf20MW4F1icsKlaeYxB91Cy9-me6Rh-wJ3uEWhRk/s1600/20140126_201811.jpg" height="240" width="320" /></a>Onde
descartar uma lata de refrigerante, um palito de sorvete ou um recipiente de
batatas fritas? Nas lixeiras azuis que existem na calçada beirando à avenida. Sim,
elas existem, só que muito pequenas para a demanda dos passantes e muito longe
de quem curte um banho de mar ou sol. Sem latões os banhistas descartam tudo na
areia da praia. Também atitude recorrente dos atendentes de quiosques que, ao
limpar as mesas, jogam canudos, guardanapos e outras miudezas no chão.</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Apenas latas de
alumínio não sobram na areia. Pessoas passam para recolhê-las, fazer uma renda
e, quiçá, tomar o que sobrou de cerveja. Mesmo prestando este serviço indireto à
comunidade, homens e mulheres que recolhem latas são tratadxs de maneira
vergonhosa: xs freqüentadorxs da praia
atiram as latas na areia, para que sejam pegas. Qual a grande dificuldade de
entregar as mesmas, mão na mão, quando xs catadorxs passam?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ontem, ao
entardecer, caminhava pela orla da Enseada. Fiz o registro das imagens dessas
imagens porque é impossível fingir que isto não acontece. Em breve o mar
subiria e varreria tudo aquilo para dentro de si. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGs1UuFaGcBVzuesgKJT9dtXt-ye0_a5tHDg1OdFKFmjr1so4qPYO_T6ADc1t1HrPNaVWl3GmEIm0WmCJZKNQFQ2SFTQhcnydQ7dBLePJAUwVruzH_rGrJHaTabCucOc3DyPuFT4NkccM/s1600/20140126_194106.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGs1UuFaGcBVzuesgKJT9dtXt-ye0_a5tHDg1OdFKFmjr1so4qPYO_T6ADc1t1HrPNaVWl3GmEIm0WmCJZKNQFQ2SFTQhcnydQ7dBLePJAUwVruzH_rGrJHaTabCucOc3DyPuFT4NkccM/s1600/20140126_194106.jpg" height="240" width="320" /></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não posso
dizer que não existem bons momentos. Ontem a única felicidade foi encontrar o
grupo “Percutindo Mundos” se apresentando na orla. A banda é caiçara e,
entre tantos sons, também cantou e dançou o mar. Mar que à esquerda do palco
agonizava pelo mau uso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que se vê no
Guarujá é a pouca infraestrutura que o local tem para receber a população
flutuante que gira em 1,5 milhão ano. Já a população fixa, soma 290 mil
habitantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Claro que turismo <i>pode</i> ser bom. Ma isso desde que o lugar
eduque o turista e dê condições para que parte da população local viva do
turismo e, a outra parte, sobreviva com dignidade <i>apesar</i> do turismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O lixo não é a
única questão. Por aqui parece não existir leis de trânsito e de silêncio
noturno na temporada. Ah, também presume-se que xs moradorxs sejam MUITO ricxs , dados os preços
exorbitantes de janeiro à janeiro. Mas isso já é conversa para outra postagem.</span><span style="color: #333333; font-family: Tahoma, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<h1>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;">LINKS PARA COISAS QUE CITEI:</span></h1>
<h1>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Percutindo
Mundos</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">:</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal;"><span style="font-size: x-small;"> </span></span><cite><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-style: normal; font-weight: normal;"><a href="http://percutindomundos.blogspot.com.br/"><span style="font-size: x-small;">http://percutindomundos.blogspot.com.br</span></a>
</span></cite><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p></o:p></span></h1>
<h1>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Estadão, </span><strong><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal;">M.R.</span></strong><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">,</span><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Crianças brincam
perto do lixo em praia do Guarujá<span style="color: #333333;">:</span></span><span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal;"> <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,criancas-brincam-perto-do-lixo-em-praia-do-guaruja,1114805,0.htm"><span style="font-size: x-small;">http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,criancas-brincam-perto-do-lixo-em-praia-do-guaruja,1114805,0.htm</span></a>
<span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></h1>
<h1>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Folha de São Paulo, </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal;">Fabrício
Lobel: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Banhista
disputa lugar com lixo nas areias de Guarujá, no litoral de SP</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">:</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal;"><span style="font-size: x-small;"> <a href="http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1397332-banhista-disputa-lugar-com-lixo-nas-areias-do-guaruja-no-litoral-de-sp.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1397332-banhista-disputa-lugar-com-lixo-nas-areias-do-guaruja-no-litoral-de-sp.shtml</a></span>
<span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></h1>
<h1>
</h1>
<h1>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">G1 Santos, </span><strong><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal;">Aldo
de Aguiar Falleiros:</span></strong><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Lixo acumulado fica
preso em pedras de ilha em Guarujá, no litoral de SP</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-weight: normal;"><span style="font-size: 11pt;">: </span><a href="http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/vc-no-g1-tv-tribuna/noticia/2013/12/lixo-acumulado-fica-preso-em-pedras-de-ilha-em-guaruja-no-litoral-de-sp.html"><span style="font-size: x-small;">http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/vc-no-g1-tv-tribuna/noticia/2013/12/lixo-acumulado-fica-preso-em-pedras-de-ilha-em-guaruja-no-litoral-de-sp.html</span></a><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></h1>
<!-- Blogger automated replacement: "https://images-blogger-opensocial.googleusercontent.com/gadgets/proxy?url=http%3A%2F%2F4.bp.blogspot.com%2F-KlUycZqsjkg%2FUubi84kJ00I%2FAAAAAAAAL1c%2Ft51xd2kTH4s%2Fs1600%2F20140126_201811.jpg&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F*" with "https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPZx9z4wMfN9TCnyYAORlQ584YXsklcNTTmLIsC7B-pEapFGxz4TywWlOfFPrwvpuaiEDg1kUgj3BGVUg5xiSbNR16N0Mce4JrLQOBf20MW4F1icsKlaeYxB91Cy9-me6Rh-wJ3uEWhRk/s1600/20140126_201811.jpg" -->Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-33848960629343089832014-01-24T13:31:00.000-02:002014-01-24T18:50:50.748-02:00O "T" da Questão<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4YvQ5c05Q5ALm_GXlBGDq0V3-bvW9Cl6i6_dhe0qIMd-edQ3ctnI9qdeIavJKZ9XrNjbbE_T5Llc3B8g1u64CM6vmQutUdDTBXjJuQpHa1ABytaMPNDNpWZyCTo6UFgtF2n7_ELnO9y4/s1600/IMG_36016575701277.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4YvQ5c05Q5ALm_GXlBGDq0V3-bvW9Cl6i6_dhe0qIMd-edQ3ctnI9qdeIavJKZ9XrNjbbE_T5Llc3B8g1u64CM6vmQutUdDTBXjJuQpHa1ABytaMPNDNpWZyCTo6UFgtF2n7_ELnO9y4/s1600/IMG_36016575701277.jpeg" height="400" width="282" /></a></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>O "T" da Questão (Visibilidade Trans)</b></span></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Embora a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) tenha conquistado mais visibilidade e respeito nos últimos anos, as pessoas trans (principalmente as travestis, mulheres transexuais e outras que expressam uma identidade de gênero feminina) continuam enfrentando o desrespeito cotidiano de direitos tão básicos como o de serem chamadxs pelo nome que escolheram para si e utilizarem espaços (como banheiros) destinados ao gênero com o qual se identificam. Tal desrespeito, somado a violências ainda mais explícitas, afasta muitas destas pessoas da família, da escola e do mercado formal de trabalho.</span></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Porém a população trans brasileira dá continuidade com cada vez mais força a uma luta iniciada há décadas e batalha pelo respeito ao direito de cada pessoa ter respeitado seu direito de autodeterminação, sem ser patologizada, discriminada ou agredida por não expressar seu gênero da forma como a sociedade dominante decidiu ser a mais adequada.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Na semana do 29 de Janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, nos perguntamos: Qual é o "T" da questão? Para nos responder o<b> Coletivo Contra Maré </b>convida para um debate com:</span></div>
<ul>
<li><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Daniela Andrade:</b> responsável pelo blog <i>www.alegriafalhada.blogspot.com</i> , co-responsável pela página Transexualismo da Depressão, colaboradora no site <i>www.bulevoador.com.br</i> e co-criadora do site Transempregos, que conecta profissionais trans a empresas que querem contratá-lxs;</span></li>
</ul>
<ul>
<li><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Hailey Kaas:</b> responsável pelo blog www.generoaderiva.wordpress.com e co-responsável pelo site www.transfeminismo.com;</span></li>
</ul>
<ul>
<li><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Léo Moreira Sá</b>: ator, iluminador, músico, protagonista da peça de teatro "Lou & Leo", que conta sua jornada enquanto homem transgênero, e diretor-fundador da Associação Brasileira de Homens Trans.</span></li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i><b>DEBATE: Visibilidade Trans- O T da Questão</b></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i>Dia: 01/02/2014 (sábado)</i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i>Horário: 18h</i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i>Local: Associação Cultural José Martí</i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i>Endereço: Rua Joaquim Távora, 217. Vila Mathias. Santos - SP</i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O evento é organizado pelo Coletivo Contra Maré, um movimento social na luta contra a homo/lesbo/bi/transfobia e toda e qualquer forma de opressão. Através de atividades de formação, debates, articulações e outros baphos mais, lutamos pela diversidade sexual e liberdade de identidade de gênero. Um bando de bicha, bi, sapatão e trans (e o baile todo) afim de fazer revolução, remando contra a maré de opressão da heterosexualidade como regime político/econômico/social. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Curta</b> <b>Coletivo Contra Maré</b> no Facebook e some conosco! https://www.facebook.com/col.contramare?ref=ts&fref=ts</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Página do evento no face: https://www.facebook.com/events/186668094875921/?fref=ts</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<br />Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-49174974665160083112014-01-21T21:32:00.000-02:002014-01-24T18:49:12.191-02:00Para que um 29 de janeiro¹?<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvSvOPqhbfFdfa9zqR1oRCOG3GUHcyU0qtNQBMBf99PzXA44cXmP9g3ZG0CQ4alm_LW3Ry-4EOySv8wYgVuPsl_Kr_ZJDq6-32gyW8muY4yBOzd96s1BFqqPCjeLhJUUX4-HA-HBdxw6s/s1600/violence_woman.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvSvOPqhbfFdfa9zqR1oRCOG3GUHcyU0qtNQBMBf99PzXA44cXmP9g3ZG0CQ4alm_LW3Ry-4EOySv8wYgVuPsl_Kr_ZJDq6-32gyW8muY4yBOzd96s1BFqqPCjeLhJUUX4-HA-HBdxw6s/s1600/violence_woman.gif" height="320" width="232" /></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqui não há teorias sobre o surgimento de datas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Melhor que ler é viver, ouvir, ver, estar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas como muitos não estavam, escrevendo empresto meus olhos, ouvidos e alguns pensamentos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Era por volta das 22h do dia 27 de novembro de 2013. Acabava
de ocorrer a histórica posse do Conselho Estadual dos Direitos da População de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Estado de São Paulo. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Histórica porque foi a primeira, com direito a eleições
diretas, regionalizadas e por seguimento. Mas o que presenciaríamos a seguir,
se não histórico, era, ao menos, inacreditável naquele contexto.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Saindo da câmara municipal de São Paulo, após o coquetel da
posse, as pessoas se aglomeravam em frente ao prédio para trocar suas últimas impressões
sobre o evento, combinar carona para o lugar de origem e outras miudezas. Eis
que em meio ao zumzumzum ouve-se gritos. E choro.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Caminhei em direção à confusão. Abro espaço e passo. Queria verificar o que estava acontecendo. E quando vi, ouvi, senti a cena, levei alguns
segundos para acreditar:<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Na calçada estavam dois conselheiros recém empossados. Eles
em pé, cabeça erguida, gritavam com uma jovem trans, apontavam para ela. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Ela, acuada, cabisbaixa, sentada na floreira que enfeita as
grades da “casa do conselho” de antigamente, ou da “casa do povo” dos atuais
otimistas. Chorava.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>O gênero masculino acusava. O gênero feminino calava. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Como não intervir?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Ela é louca _dizia “um”².<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Uma viciada _ dizia “outro”.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Argumentei que aquilo era violência. Pedi que parassem de
gritar. Que aquela cena era absurda, que a moça estava sendo constrangida, acusada
e ofendida. Que aquela exposição era desnecessária...<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">_Ofendido fiquei eu_ aos berros retrucou “um” _ pois me
buscaram no meio da cerimônia porque ela estava me chamando ³.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Eu só estou pedindo para que parem de gritar! _ falei.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Você não a conhece, é uma viciada em hormônios. Saiu e foi
ali comprar_ dizia “outro” apontando para o lado oposto da rua.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Se você quiser eu mando o prontuário dela pro seu email _
falou “um”_ aí você vai conhecer toda a história dela.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Quando eu quiser saber da história dela, quem me contará
será ela e não vocês, que gritam ao quatro ventos ou propõem emails com
prontuário alheio_ respondi, pensando que acesso era aquele que “um” tem a
prontuários...<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>_Está vendo “um”_ disse "outro" se dirigindo ao amigo_ essa aí só quer saber de "clinicar", não
se interessa em saber o que acontece com as pessoas, não quer saber de nada e
fica se intrometendo!<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Incrédula, me afastei. Não havia possibilidade de interlocução...</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E os gritos se transformaram em vozes altas e foram se dispersando as declarações absurdas, no meio
do Viaduto Jacareí, nº 100, da cidade de São Paulo.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Naquela noite, eu e outras tantas pessoas, fomos
violentadas. Tanto quem teve sua história (?) espalhada para estranhxs quanto quem foi submetidx a essa cena de violência. Violência psicológica
devido ao constrangimento e humilhação. Violência moral devido a difamação.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>A reunião na câmara, que era para ser apenas de comemoração ao
nascimento de um conselho de direitos, foi cenário da exposição da vida íntima
de uma pessoa. Pessoa esta que pertence a uma das populações mais vulneráveis
que temos notícia na atualidade: a população de travestis e transexuais. Afinal, eu que nunca troquei meia palavra com
aquela moça, hoje, tenho idéias, verdadeiras ou não, de que ela ainda é uma
adolescente, tomava hormônios de 4 em 4 horas, está sob a guarda do Estado e um
dia foi “ajudada” por aqueles que estavam a ofendendo. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>No dia 27 de novembro de 2013, também tivemos uma
demonstração do machismo vigente no seio na comunidade LGBT: dois homens do
gênero masculino violentaram uma trans do gênero feminino em público. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Relato o que vi, mas eu não estava sozinha!<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Infelizmente coisas assim vão continuar acontecendo enquanto
os homens gays e bi não enxergarem que o que alimenta a homofobia é o machismo;
enquanto xs machistas não perceberem que o machismo também xs oprime; enquanto
xs oprimidxs não descobrirem que elxs é que dão poder ao opressor; enquanto as pessoas
não perceberem que somos todxs iguais, apesar deste sistema que ensina que umas
pessoas são melhores que as outras, que tudo é uma questão de “mérito”, de
“escolha”, de “sorte”, de “destino”, ou
seja lá o que for que tira a responsabilidade coletiva (minha, sua e deles) dos
rumos que as pessoas e a nossa sociedade toma.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Não sou otimista. Creio que a humanidade não deu certo, e
nem dará! Mas podemos lutar para ter alguns bons exemplos de exceção, que
obviamente serão para confirmar a regra anterior. </i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Devaneios? Companhia? </i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>...</i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(1) Dia da Visibilidade Trans<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(2) Não cito nomes porque esta postagem deseja gerar reflexão e não fazer uma denúncia. No mais, como já diz o subtítulo do blog <i>devaneios são devaneios</i>...</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(3) No outro dia pela manhã fiquei sabendo por outras moças
trans que o “um” foi chamado durante a cerimônia de posse porque a garota estava trancada no banheiro e ameaçava se matar, saltando da janela d prédio.
Inúmeras pessoas já haviam tentado em vão que ela abrisse a porta de onde
estava. Contaram-me ainda que “um” chegou na porta do banheiro, fez-lhe uma ameaça
e ela imediatamente abriu a tal porta. Essa parte eu não (ou)vi, apenas ouvi
dizer. Porém, seja lá como for, uma pessoa que está ameaçando se matar durante
a posse de um conselho de direitos está de fato em sofrimento e pedindo ajuda.
Não é motivo sequer para usarmos a palavra “incômodo”, quem dirá motivo para
violenta-la ainda mais, no privado ou no público.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div>
<o:p></o:p></div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-83378669031436892822013-07-11T09:54:00.000-03:002013-07-11T09:57:29.849-03:00Dilma Vetou o Ato Médico<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acordamos com essa boa nova. Obrigada, Dilma!!
</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana;"></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ah, claro, que ela não vetou o tal ato inteiro, apenas os artigos que afetavam outras 14 ou mais profissões.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas ainda que o veto não afete o exercício da medicina, os médicos corporativistas (e só os corporativistas) não continuar olhando só pro seu umbigo e ainda lutar com unhas e dentes para que o congresso não aceite os vetos da Presidenta.
</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Todavia os argumentos do despacho são dignos de serem lidos na íntegra, pois são comprometidos com a saúde publica, para o povo, valorizando a equipe e todos os profissionais implicados no atendimento à saúde da população.
</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por ora, só tenho a repetir: #obrigadadilma
</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkOWNoRER15lA5DCm2k79H74kNzCjVXfFDi7p0HN6uIYHkyWMdqNI4pNhRHkN6gc99xXfsUIYQgDW-jJfis_Tix4fyi-hHqwS-DNdUvuubXJpPvd9Fr5ymg8cuHaLSnkanH4sjP3UDQxE/s1600/image_preview.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkOWNoRER15lA5DCm2k79H74kNzCjVXfFDi7p0HN6uIYHkyWMdqNI4pNhRHkN6gc99xXfsUIYQgDW-jJfis_Tix4fyi-hHqwS-DNdUvuubXJpPvd9Fr5ymg8cuHaLSnkanH4sjP3UDQxE/s320/image_preview.jpg" width="320" /></a></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A imagem ao lado é um exemplo dos tais corporativistas que, aproveitando a manifestação contra a vinda de médicos estrangeiros para trabalhar nas áreas que eles se recusarem, dizem que vão parar se as outras profissões forem valorizadas (fonte em um ótimo texto da </span><a href="http://www.blogger.com/%3Ca%20href=%22http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-classe-medica-brasileira-tem-medo-de-que-2551.html%22%3E" target="_blank"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">CARTA CAPITAL</span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">)
</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">DESPACHOS DA
PRESIDENTA DA REPÚBLICA<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">MENSAGEM<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nos 287, de 10 de julho de 2013.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Senhor Presidente do Senado
Federal,<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Comunico a Vossa Excelência que,
nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">decidi vetar parcialmente</b>, por contrariedade ao interesse público,
o Projeto de Lei no 268, de 2002 (no 7.703/06 na<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Câmara dos Deputados), que
"Dispõe sobre o exercício da Medicina".<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ouvidos, os Ministérios da
Saúde, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e a Secretaria-Geral da
Presidência da República manifestaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos:<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></o:p></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Inciso I do
caput e § 2o do art. 4o<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"I - formulação do
diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica;"<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"§ 2o Não são privativos do
médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e
ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades mental, sensorial e
perceptocognitiva."<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Razões dos
vetos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"O texto inviabiliza a
manutenção de ações preconizadas em protocolos e diretrizes clínicas
estabelecidas no Sistema Único de Saúde e em rotinas e protocolos consagrados
nos estabelecimentos privados de saúde. Da forma como foi redigido, o inciso I
impediria a continuidade de inúmeros programas do Sistema Único de Saúde que
funcionam a partir da atuação integrada dos profissionais de saúde, contando,
inclusive, com a realização do diagnóstico nosológico por profissionais de
outras áreas que não a médica. É o caso dos programas de prevenção e controle à
malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, dentre
outros. Assim, a sanção do texto poderia comprometer as políticas públicas da
área de saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O veto do inciso I implica
também o veto do § 2o, sob pena de inverter completamente o seu sentido. Por
tais motivos, o Poder Executivo apresentará nova proposta que mantenha a
conceituação técnica adotada, porém compatibilizando-a com as práticas do
Sistema Único de Saúde e dos estabelecimentos privados."<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os Ministérios da Saúde, do
Planejamento, Orçamento e Gestão e a Secretaria-Geral da Presidência da
República opinaram, ainda, pelo veto aos dispositivos a seguir transcritos:<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Incisos VIII e
IX do art. 4o<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"VIII - indicação do uso de
órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário;<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">IX - prescrição de órteses e
próteses oftalmológicas;"<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Razões dos
vetos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Os dispositivos
impossibilitam a atuação de outros profissionais que usualmente já prescrevem,
confeccionam e acompanham o uso de órteses e próteses que, por suas
especificidades, não requerem indicação médica. Tais competências já estão
inclusive reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde e pelas diretrizes curriculares
de diversos cursos de graduação na área de saúde. Trata-se, no caso do inciso
VIII, dos calçados ortopédicos, das muletas axilares, das próteses mamárias,
das cadeiras de rodas, dos andadores, das próteses auditivas, dentre outras. No
caso do inciso IX, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana
de Saúde já reconhecem o papel de profissionais não médicos no atendimento de
saúde visual, entendimento este que vem sendo respaldado no País pelo Superior Tribunal
de Justiça. A manutenção do texto teria um impacto negativo sobre o atendimento
à saúde nessas hipóteses."<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Incisos I e II
do § 4o do art. 4o<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"I - invasão da epiderme e
derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos;<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">II - invasão da pele atingindo o
tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem,
instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos;"<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Razões dos
vetos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Ao caracterizar de maneira
ampla e imprecisa o que seriam procedimentos invasivos, os dois dispositivos
atribuem privativamente aos profissionais médicos um rol extenso de
procedimentos, incluindo alguns que já estão consagrados no Sistema Único de Saúde
a partir de uma perspectiva multiprofissional. Em particular, o projeto de lei
restringe a execução de punções e drenagens e transforma a prática da
acupuntura em privativa dos médicos, restringindo as possibilidades de atenção
à saúde e contrariando a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares do Sistema Único de Saúde. O Poder Executivo apresentará nova proposta
para caracterizar com precisão tais procedimentos."</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Incisos I, II e
IV do § 5o do art. 4o<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"I - aplicação de injeções
subcutâneas, intradérmicas, intramusculares e intravenosas, de acordo com a
prescrição médica;<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">II - cateterização
nasofaringeana, orotraqueal, esofágica, gástrica, enteral, anal, vesical, e
venosa periférica, de acordo com a prescrição médica;"<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"IV - punções venosa e
arterial periféricas, de acordo com a prescrição médica;"<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Razões dos
vetos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Ao condicionar os
procedimentos à prescrição médica, os dispositivos podem impactar
significativamente o atendimento nos estabelecimentos privados de saúde e as
políticas públicas do Sistema Único de Saúde, como o desenvolvimento das
campanhas de vacinação. Embora esses procedimentos comumente necessitem de uma
avaliação médica, há situações em que podem ser executados por outros
profissionais de saúde sem a obrigatoriedade da referida prescrição médica,
baseados em protocolos do Sistema Único de Saúde e dos estabelecimentos
privados."<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Inciso I do
art. 5o<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"I - direção e chefia de
serviços médicos;"<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Razões dos
vetos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Ao não incluir uma
definição precisa de 'serviços médicos', o projeto de lei causa insegurança
sobre a amplitude de sua aplicação. O Poder Executivo apresentará uma nova
proposta que preservará a lógica do texto, mas conceituará o termo de forma clara."<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Essas, Senhor Presidente, as
razões que me levaram a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em
causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso
Nacional.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><strong>Fonte:</strong> </span><a href="http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=6&data=11%2F07%2F2013"><span style="font-size: x-small;">http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=6&data=11%2F07%2F2013</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: left;">
<span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-4163748618901480632013-07-09T13:17:00.001-03:002013-07-09T13:32:10.098-03:00Cura Gay: Psicologia e Homossexualidade<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Semana passada, estive na TV Gazeta, para falar sobre o "Projeto da Cura Gay".</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que é, afinal, esse projeto?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É um projeto que deseja sustar duas partes da </span><a href="http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/resolucoes_cfp/fr_cfp_001-99.aspx" target="_blank"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 01/99</span></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">São elas:</span><br />
<em><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Artigo 3º- Parágrafo Único:</strong> <span lang="EN-US" style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Cambria; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">“Os(As) psicólogos(as) não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”</span></span></em><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><em><strong>Artigo 4º-</strong> </em><em>“Os(as) psicólogos(as) não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos (...) de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos(às) homossexuais como portadores(as) de qualquer desordem psíquica.”</em> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todavia xs deputadxs não tem poder de legislar sobre a profissão de psicólogx (e sobre nenhuma profissão). Não é papel dxs parlamentares dizerem o que é ético ou não na Psicologia, nem na Medicina, nem no Serviço Social, nem na Engenharia etc. Quem faz isso são os Conselhos de Classe, criados pelo próprio legislativo.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Também com a anulação das duas referidas partes da Resolução <strong><a href="http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/resolucoes_cfp/fr_cfp_001-99.aspx" target="_blank">CFP nº01/99</a></strong>, o texto perde totalmente seu sentido e finalidade.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">IMPORTANTÍSSIMO: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">1) Há quem queira enganar a todxs dizendo que o projeto não é sobre "Cura gay". Bem, se não pretendem fazer isso, não há a necessidade de se anular os dois artigos descritos acima, correto? O texto ficaria como está.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">2) A resolução não impede que psicólogxs atendam a população LGBT e acolha seu sofrimento. Todavia concluir que o sofrimento advém da homossexualidade, intrinsicamente, já é se despir dos conhecimentos da psicologia e operar no senso comum, envergonhando a ciência e profissão. #ficaadica</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqui, a entrevista:</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><object height="315" width="560"><param name="movie" value="//www.youtube.com/v/8HgljtEAtsM?version=3&hl=pt_BR&rel=0"></param>
<param name="allowFullScreen" value="true"></param>
<param name="allowscriptaccess" value="always"></param>
<embed src="//www.youtube.com/v/8HgljtEAtsM?version=3&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="560" height="315" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object>
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Leia <strong><a href="http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2013/04/Parecer-PDC-234.pdf" target="_blank">AQUI</a></strong> o Parecer do Conselho Federal de Psicologia, sobre as tentativas de se interferir Resolução. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-75036902731528797062013-04-19T19:00:00.000-03:002013-07-11T10:01:37.313-03:00Notícias Africanas 13 (de Mz para Br)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1iE3axt9MRwMGsszMvqvRcCowx99z654JgBozQ7NiiN9z9anqnctrtPG3COifgJYNWSLOcgcrBy9DWr00swv5I1KKVOQXKESaELWW8R1hHG7uLnkl2FsdqJ7AMNg9_ypW4F_h3pQJdPE/s1600/969974_554363954602310_670131832_n.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1iE3axt9MRwMGsszMvqvRcCowx99z654JgBozQ7NiiN9z9anqnctrtPG3COifgJYNWSLOcgcrBy9DWr00swv5I1KKVOQXKESaELWW8R1hHG7uLnkl2FsdqJ7AMNg9_ypW4F_h3pQJdPE/s320/969974_554363954602310_670131832_n.png" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Prezada Daniela,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Essa é a segunda carta/mensagem que te escrevo. A primeira
foi motivada pelo aniversário de o Canto da Cidade, em um dois de fevereiro, onde fiz referencia as músicas que me acompanharam durante
tantas fases de minha vida, moradas, amores, mares e cia... Aquela, diferente
desta, foi uma mensagem mais melodiosa, pois melodia é sua arte, em som e
movimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Hoje, aqui do outro lado do mundo (em relação ao Brasil)
volto a te escrever. Escrita um pouco mais dura, mas quero faze-la porque,
inusitadamente usei dois vídeos* seus em uma aula de psicologia. Explico: estou
pontualmente de volta a Moçambique, cidade em que vivi o ano de 2009, para dar
um curso sobre “sexualidade humana” para psicólogos da capital, Maputo. O convite foi feito pela <b><a href="http://www.lambdamoz.org/" target="_blank">Lambda</a></b>, ong em que fui voluntária na outra visita por cá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ocorre que no continente Africano, temos em torno de 5
(cinco) países que pune com pena de morte as pessoas que se relacionam
afetiva/sexualmente com outras do mesmo sexo. Então, embora esse não seja o
caso de Moçambique, o foco da formação visava justamente diminuir o preconceito
e dar embasamento teórico aos profissionais psicólogos para trabalharem junto
as minorias sexuais de modo a promover sua autonomia e cidadania, diminuindo o
sofrimento relacionado a não aceitação social e preconceitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E, para minha surpresa (?), uma das psicólogas perguntou de
ti, quase como um “estudo de caso”. Sinalizei que poderíamos assistir sua
primeira <b><a href="http://youtu.be/PjnMJIP0X_g" target="_blank">entrevista</a></b> pós publicização do relacionamento com Malu, não como um
caso a ser analisado, mas como um posicionamento de dignidade e exercício de
cidadania, em um momento tão adverso da história, onde o fundamentalismo moral
e religioso, anda recrudescendo. E, o que me encantou e frisei a todos, foi principalmente
o fato de você falar durante mais de 10 minutos e em nenhum momento usar um
rótulo para definir sua relação. Antes de classificação rotulantes temos o amor
entre duas pessoas que se respeitam, que se querem bem e que tem a dignidade e
ousadia de viver como todos as demais pessoas e demais amores existentes, ditos
da “maioria”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio3qkMYP2ibp9cvrgJA2AsTLlAg04I2SuDHiZZqUbRQZxUqaeY_U3x70p6-PJ4DOYUY6qMF7M5eH0cKiQZn8O5B8LJvNDvGNH_3Pk-jnr3sgcl4d9I8-5LHv2aQq9pt_MH-CnREQ5mMSI/s1600/132096543-daniela-mercury-fantastico-editorial.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio3qkMYP2ibp9cvrgJA2AsTLlAg04I2SuDHiZZqUbRQZxUqaeY_U3x70p6-PJ4DOYUY6qMF7M5eH0cKiQZn8O5B8LJvNDvGNH_3Pk-jnr3sgcl4d9I8-5LHv2aQq9pt_MH-CnREQ5mMSI/s320/132096543-daniela-mercury-fantastico-editorial.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Enfim, pensei em relatar isso porque você, antes de usar
as mídias e as informações pessoais como plataformas da fama, posiciona-se trabalhando na contração de fofocas, mal-ditos e exposições
desnecessárias. Foi um ato público, e por isso político, que enche de frescor e
esperança a pessoas como eu, como você e como muitos, que acreditam em um mundo
melhor, com uma cultura de paz para todas as pessoas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ainda que seja completamente desnecessário, pois acredito
que seu intuito em nada tem a ver com essa expressão, digo: Obrigada!</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">(*) </b>Cito dois vídeos porque, além do da <a href="http://youtu.be/PjnMJIP0X_g" target="_blank">entrevista</a>,
assistimos sua apresentação de <b>“<a href="http://youtu.be/8vXWg8D_C64" target="_blank">Ylê, Pérola Negra</a></b>”, uma vez que em seu trabalho
tanto faz e fez pela música miscigenada, valorizando a beleza e o ritmo afro em
nosso Brasil. </span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b>Conheça a Lambda</b>: </span><a href="http://www.lambdamoz.org/"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">http://www.lambdamoz.org/</span></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>Fonte da imagem de Daniela</b>: </span><span style="font-size: xx-small;"><a href="http://contigo.abril.com.br/noticias/namorados/daniela-mercury-se-nao-fosse-coragem-dela-malu-vercosa-tambem-a-compreensao-de-que-isso-era-importante-pra-ela-eu-nao-poderia-fazer-isso-sozinha">http://contigo.abril.com.br/noticias/namorados/daniela-mercury-se-nao-fosse-coragem-dela-malu-vercosa-tambem-a-compreensao-de-que-isso-era-importante-pra-ela-eu-nao-poderia-fazer-isso-sozinha</a></span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">.</span></div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-66120634536669816192013-02-02T22:00:00.000-02:002013-07-11T10:03:45.539-03:00Carta para Daniela Mercury<div class="MsoNormalCxSpFirst">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Resolvi escrever algo sobre esse lado musical de minha vida. Lado
musical em que Daniela está, acompanhada de Gil, Chico, Caetano, Verônica,
Joyce e Zélia... Amo música, embora não tenha nenhum talento musical. Concordo com
Nietsche que disse que “Sem música a vida seria um erro”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sou psicóloga. Também feminista , ativista, e acredito em um mundo
melhor para todas e todos. Com justiça social, menor desigualdade entre os
povos... um mundo onde uma pessoa valha tanto quanto outra pessoa, independente
de origem, raça, sexo, credo, classe social, deficiências, idade...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Se em minha vida de profissional/militante sou conhecida pelas minhas
bandeiras, já o gosto pela música apenas os mais queridos compartilham...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O gosto por música seria o meu “lado B”, que pode ser o menos publico,
mas me compõe e é tão importante quanto o lado que todos conhecem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0pt;">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0pt;">
<b><span style="color: #500050; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Janaína
Leslão </span></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0pt;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">*************</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0pt;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">"Meus olhos arregalados não piscam pra qualquer um, nem fecham pra qualquer medo (Marta Medeiros)</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhyDBIdkk-So19XgWDtrRsXVxoPPI8atTvXngIt9GGTs-dOBGYxxarL79R187IzWohXba6-Rz8ZU6D-yUyrEUSu1lm4rU2mO60c8ZRtsNA5Mj-s_O0A_tyLOz6Vuc80hM8Rgjo54ghPc/s1600/45545__4699__20100205153832.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhyDBIdkk-So19XgWDtrRsXVxoPPI8atTvXngIt9GGTs-dOBGYxxarL79R187IzWohXba6-Rz8ZU6D-yUyrEUSu1lm4rU2mO60c8ZRtsNA5Mj-s_O0A_tyLOz6Vuc80hM8Rgjo54ghPc/s200/45545__4699__20100205153832.jpg" width="188" /></span></a><b><i><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O (en)Canto da
(C)idade<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não, não sou
tiete... Mas sou fã, e há tempos perdi a vergonha de, entre tantas outras
coisas, dizer que gosto de Daniela Mercury. O Brasil (ou o sul/sudeste?) é
assim: o que tem de generosidade também tem de preconceito, e a música baiana,
da baiana, causa nariz-torto a muitos que não encontram nela seu espelho, como
Narciso, cantado por Caetano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Aos 15, morava eu
no “interior-do-interior” o Paraná. Uma vez a cada um ou dois anos, meus pais
reuniam os 3 filhos em um fusca bordô e viajávamos 606km até a praia. Houve um
verão que a trilha sonora da viagem foi ao timbre de Daniela. No rádio do
fusca, tocando em fita K7, lá íamos nós, felizes, embalados pelo
Canto da Cidade. Foi a primeira trilha, entre tantas com essa voz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Correu o tempo, e
aos 18 morava longe de casa, para estudar psicologia. Mudei de estado, e em
meio a tantas novas experiências, o primeiro grande show que assisti foi de
Daniela. Despretensiosamente caminhava pela feira agropecuária de Assis com
amigos recém-feitos, quando avistei o palco iluminando a noite. Como cantora, a
baiana também surpreendia como bailarina. Somava-se perfeitamente aos demais
profissionais em seu palco. Eram poesia para os olhos. Feijão com arroz, o
negro e o branco, o nordeste no sudeste, o sorriso em minha boca e a luz nos
olhos meus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Seguindo os anos,
aos 22, com os primeiro período de estudos cumpridos. E cantarolando “se
oriente rapaz, onde vai ser seu curso de pós-graduação”, pensando em Gil, não
dava pra suspender a viagem. Queria ainda dar a volta no mundo, para vê-lo
girar... </span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Profissionalmente, tudo daria certo, porque “tinha” que dar, custasse o
que custasse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sentimentalmente, havia muitas dúvidas... o tal "certo" era absolutamente intangível...</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Seguia, como mutante, no fundo sempre sozinha. Romântica me perguntava se conseguiria a alegria
dar a mão a alguém (ao estilo Clarice). Para a composição de cores e
sentimentos de meu coração miscigenado, o alívio era rascunhar versos, como
estes:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i><strong>“</strong>Vi. Vejas!</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<i><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Tens cabelos negros.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<br /><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negro óleo</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Precioso</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negra noite</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Sedutora</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negro gato</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Traiçoeiro</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negra cor</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Enigmática</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negro pássaro</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Migrador</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negra magia</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Feiticeira.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<br /><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>E também</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Negros olhos</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Que negam</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Ver os meus</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>Verdes</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i>De esperança.”</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-left: 3cm;">
<span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><i><strong> </strong>(Toda Cor)</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Voltando as
(c)idades que se seguiram, um amor que “Pra toda vida” chegou à minha, na voz
do Barão Vermelho, como o tal amor gostava. Manaus, foi o cenário desta chegada. Inicialmente resisti,
porque meu plano era deixar ela pensar o que quisesse mas, engano meu pensar
que fosse brincadeira, aconteceu de ser assim
dessa maneira. E os planos do destino
foram gravados em um CD que dei ao amor de presente, tempos depois, já estando em cidade e
idade diferentes: São Paulo, aos 25 anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A vida seguiu seu
curso. Não pulei do alto da torre por ninguém, mas fui ver uma espécie de balé
mulato do outro lado do mundo. Moçambique nos esperava, e o som de Daniela que
tocava em meu fone de ouvido dizia: “espere amor, que estou chegando, depois do
inverno, a vida em cores”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nesta temporada em
Moçambique pude conhecer outras cores, flores, sons, movimentos. Movimentos
inclusive que reconheci no show teletransmitido, direto do Farol da Barra, no
dia 01 de janeiro de 2013. O som e dança que (ou)vi em Maputo foi a marrabenta.
Inspirações pra sua performance sempre na mistura desses continentes, pro
índio-afro-brasileiro que é nosso país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Hoje, enquanto
escrevo para você, estou ouvindo “Cinco Meninos”, que muito me emociona. É
madrugada e espero minha amada voltar, pois foi jogar flores no mar, na festa
de Yemanjá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf5ZGBSGbutXXw0RhyphenhyphenLXjezw_I9I-PlOwi3gG_HqjGkOs1vC7s5hfSvHc94_3pu7S_MuHhCTkq-tPwjknW8vlxCibMpYe78vvzDty86zDV8ZZCFrtWSAK-SjS99_YTaf3v9G_ux2ZXPvg/s1600/k7-daniela-mercury-o-canto-da-cidade_MLB-F-4102344418_042013.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf5ZGBSGbutXXw0RhyphenhyphenLXjezw_I9I-PlOwi3gG_HqjGkOs1vC7s5hfSvHc94_3pu7S_MuHhCTkq-tPwjknW8vlxCibMpYe78vvzDty86zDV8ZZCFrtWSAK-SjS99_YTaf3v9G_ux2ZXPvg/s320/k7-daniela-mercury-o-canto-da-cidade_MLB-F-4102344418_042013.jpg" width="320" /></span></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Espero que um dia
as mulheres deste país e, quiçá, de todo o mundo, possam ter sua força,
independência, sua fome de vida e seu olhar para o outro, enxergando-se como
gente que precisa ser cuidada e amada, independente de raça, sexo ou credo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Muitas vidas se dão
em 20 anos, e parte da minha se deu ao som desta arte que por esses dias
aniversaria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Abraços, com muita
admiração, por tudo o que és e fazes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-size: x-small;"><b>Fonte da imagem K7</b>:</span><span style="font-size: xx-small;"> <a href="http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-488384434-k7-daniela-mercury-o-canto-da-cidade-_JM?redirectedFromParent=MLB486936904">http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-488384434-k7-daniela-mercury-o-canto-da-cidade-_JM?redirectedFromParent=MLB486936904</a></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-size: x-small;"><b>Fonte da imagem fusca</b></span>:<span style="font-size: xx-small;"> <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/reveleoparana/foto.phtml?foto_id=4699&cidade_id=275">http://www.gazetadopovo.com.br/reveleoparana/foto.phtml?foto_id=4699&cidade_id=275</a></span><br />
.</div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-39847539491512341192013-01-06T23:04:00.000-02:002013-01-06T23:04:04.926-02:00Ano Novo?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3lfcnIYM0jCKLp88sSyGrXdlIh3QzM6gzVbOyoFkaXzbdBqO_lj1dafnNZVE8OxWPdX2XRpTS2WvSx-KE3tIdBz94vqY76dub66JlAIGpWrbpfXfbeHpVAb6Ky_lZ1wHKVa-fcMjYGL0/s1600/537441_10151371360392246_1586599332_no.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3lfcnIYM0jCKLp88sSyGrXdlIh3QzM6gzVbOyoFkaXzbdBqO_lj1dafnNZVE8OxWPdX2XRpTS2WvSx-KE3tIdBz94vqY76dub66JlAIGpWrbpfXfbeHpVAb6Ky_lZ1wHKVa-fcMjYGL0/s400/537441_10151371360392246_1586599332_no.jpg" width="352" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Querida Mafalda, Creio que mudamos de ano para continuarmos na ilusão de que "o próximo ano pode ser melhor". Todavia a história nos mostra que passam-se os anos e há muito pouco (ou quase nada) de novo sob o sol. As desigualdades, fome, guerra, opressão, idas a Marte e desrespeito aos povos originários terrestres se perpetuam. O umbigo continua a ser rei. E dinheiro, valor maior para todxs...</span>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-23465294536548779312012-09-09T15:31:00.003-03:002012-09-09T15:41:03.202-03:00Marcha das Vadias - Baixada Santista (TEXTO)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJN2hNhEwcrvc2OnIVELUBIXbAE_EdV1DfvzGXmx_sP66hZKkLNc8WDWMeN6CmzkVDEDbfhIAM7RakolkIeePnFPZeiwlGrne79HY7jxBVkxdijH7mbbO5-mARmb39OwJbYAUIN1v-woQ/s1600/burca.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJN2hNhEwcrvc2OnIVELUBIXbAE_EdV1DfvzGXmx_sP66hZKkLNc8WDWMeN6CmzkVDEDbfhIAM7RakolkIeePnFPZeiwlGrne79HY7jxBVkxdijH7mbbO5-mARmb39OwJbYAUIN1v-woQ/s1600/burca.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJN2hNhEwcrvc2OnIVELUBIXbAE_EdV1DfvzGXmx_sP66hZKkLNc8WDWMeN6CmzkVDEDbfhIAM7RakolkIeePnFPZeiwlGrne79HY7jxBVkxdijH7mbbO5-mARmb39OwJbYAUIN1v-woQ/s400/burca.jpg" width="281" /><br />
<br />
</a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Publicando aqui o texto.</span><br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele fala de tudo um pouco:<br />Do histórico...<br />Do porquê deste nome... <br />De feminismo...<br />De machismo...<br />De homofobia...<br />De <i>otras cositas más</i>...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;">1ª Marcha das Vadias - </span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Baixada Santista</span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span><i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Isso não é sobre sexo, </span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">é sobre violência”.</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<em><span style="font-family: Arial;"></span></em> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A “Marcha das Vadias” (em inglês, Slutwalk) teve início em Toronto, no Canadá, em reação ao discurso de um policial que, em uma palestra sobre segurança na Faculdade de Direito Osgoode Hall Law School, disse que as mulheres deveriam evitar “se vestir como vagabundas” para que não fossem vítimas de violência sexual. A declaração gerou uma onda de revolta, que culminou na primeira Marcha das Vadias, ocorrida em Toronto em 24 de Janeiro de 2011. De lá, o movimento rapidamente se espalhou por todo o mundo, com Marchas em lugares tão diferentes entre si quanto Austrália e Índia. No Brasil, tudo começou com a Marcha das Vadias de São Paulo, também em 2011. Em 2012, várias cidades pelo Brasil inteiro também organizaram suas Marchas, e outras estão se organizando para marcharem. As cidades da Baixada Santista estão entre elas. <br /><br />A ideia da série de manifestações carregar o nome “Marcha das Vadias” vem como referência ao discurso machista do policial e, através do título e dos questionamentos comuns a todas as versões da Marcha, é demonstrado que entendemos a violência sexual como algo do qual a vítima nunca é culpada, e alegar que uma mulher “provocou”, de alguma forma, a agressão da qual foi vítima, é não só irracional, como cruel. <br /><br />A Marcha é um movimento apartidário que luta contra as agressões físicas, psicológicas, sociais e morais às quais mulheres e meninas são submetidas todos os dias. <br /><br /><strong>Lutamos </strong>contra a ideia de que nossas autoestimas devam ser e estar orientadas à concepção de o quanto somos consideradas “desejáveis” para algo ou alguém. Tal concepção gera pressão para que nos enquadremos em um padrão de beleza massificador, excludente, racista e elitista, que contribui para o surgimento e exacerbação de distúrbios alimentares, o uso indiscriminado de produtos que prometem beleza e emagrecimento, e outras manifestações de vergonha e rejeição ao próprio corpo. Não somos todas brancas, loiras, magras, com seios grandes, cinturas finas, bundas grandes e sem um grama de gordura ou flacidez em nossos corpos. Somos mulheres, somos muitas e somos de todos os jeitos. <br /><br /><strong>Lutamos</strong> contra um sistema que ensina que “homens de verdade” não veem as mulheres como suas companheiras, e sim como objetos sexuais. Lutamos contra um sistema que ensina que não se pode ser “homem” sem sentir atração sexual por mulheres, e que relega homens não-heterossexuais à categoria de “mulherzinha”, como se “ser mulher” fosse uma coisa negativa e se assemelhar em algo a características pré-definidas como femininas fosse algo ofensivo. Lutamos contra um sistema que, desde cedo, também pressiona meninos e homens a sufocarem suas emoções e a vigiarem o comportamento (próprio e alheio); reprimindo qualquer manifestação que não se enquadre em um conceito restrito e excludente de “masculinidade”. <br /><br /><strong>Lutamos</strong> contra a mercantilização do corpo feminino, transformado em mero chamariz para vender produtos - de cerveja a desodorante. Lutamos contra mulheres usadas como decoração em programas de TV, feiras de venda de produtos, outdoors e similares. Lutamos contra uma cultura que trata mulheres como objetos, e nossos corpos como mercadoria, quando deveria nos enxergar como seres humanos, com opiniões, projetos de vida, sentimentos, desejos e direitos próprios. <br /><br /><strong>Lutamos</strong> contra a violência sofrida pelas travestis e mulheres trans*, consideradas menos dignas de respeito e dignidade por expressarem sua identidade feminina, expomos também que a nossa luta engloba toda e qualquer descriminação por ordem de gênero, incluso a acometida aos homens trans*, que assim como as mulheres são julgados e considerados indignos de assumirem o gênero com o qual se identificam. Lutamos contra a violência institucional perpetrada pelo Estado e por profissionais da saúde que se outorgam o direito de decidir com base em noções machistas e excludentes o que é ser mulher e o que é ser homem “de verdade”, como se a “verdade” fosse uma entidade inquestionável. <br /><br /><strong>Lutamos</strong> contra uma cultura que culpa as mulheres pelas violências que sofrem, e prega a violência ao feminino como algo natural, ao demonstrar misoginia na linguagem cotidiana (Desd'a mulher "vadia/puta/vagabunda/piranha/biscate", que ao ser verbalmente agredida, é tratada como ser sexual e tem por maior ofensa o que faz de seu próprio corpo, até o homem "filho da puta/corno/viado", que ou tem culpabilizadas as mulheres presentes em sua vida, novamente por conta da questão sexual - o problema não é ele, e sim a "mãe que deu pra vários" ou a "mulher que deu pra outro" - ou o fato de por alguma razão, se assemelhar em algo com uma mulher), ao tratar o estupro como piada em campanhas publicitárias e programas “humorísticos”, ou ao simplesmente pregar que a maneira como uma mulher se porta a designa o título de “estuprável”. <br /><br /><strong>Queremos</strong> lembrar a todos e todas que, não importa o que uma mulher vista, como ela se comporte, com quantas pessoas faça sexo, qual é sua profissão ou orientação sexual: TODAS as mulheres, assim como todas as pessoas, têm direito a ter sua segurança e integridade física respeitadas. A culpa do estupro é do estuprador! A culpa da agressão é de quem bate e não de quem apanha! <br /><br /><strong>POR QUE VADIA?</strong> <br /><br />Nas palavras da Marcha das Vadias DF: “Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamosantes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e curradas durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES” </span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br />
“Vadia” é um termo usado para ofender e menosprezar mulheres que ousam ter o controle da própria sexualidade, assim como são também chamados de “vadias” os homens não-heterossexuais, que ousam amar e viver de forma diferente da imposta pelo machismo corrente. <br />
<br />
O termo também é usado para envergonhar estes homens e mulheres a respeito de como ou com quem fazem sexo, de como se vestem, como se maquiam, do quanto bebem, quais lugares frequentam, em quais horários estão nas ruas e quais companhias mantêm. A palavra “vadia” se vem sempre no feminino, para todas as pessoas, e serve não apenas para envergonhá-las como para assustá-las, já que ser uma “vadia”, na nossa sociedade, equivale a ser “estuprável”, a ter justificada qualquer violência contra si. Nós não temos medo de ser vadias, quando “ser vadia” representa sermos mulheres e homens, que enquanto donos de si, exigem o direito de sermos o que quisermos. <br />
<br />
Recusamos as ofensas a nós endereçadas por ousarmos viver nossas vidas da forma como desejamos. Se ser livre é ser vadia, somos TODAS vadias! <br />
<br />
<br />
<strong>CONVITE:</strong> <br />
<br />
Convidamos você, militante ou interessado na causa, a se unir e auxiliar na organização, divulgação e participação da Marcha das Vadias da Baixada Santista, lembrando que o ato será APARTIDÁRIO e está marcado para 30 de setembro de 2012, às 13h na Praça da Independência em Santos – SP. Traga para nossa marcha as suas faixas me prol da defesa “das vadias”. E também seus amigos e amigas, seus filhos e filhas, seus pai, mãe, avó, tios e tias e, principalmente, sua vontade de transformar esse mundo em um lugar melhor para se viver.</div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Evento no Facebook: <a href="http://www.facebook.com/events/484797408197383/?ref=ts">www.facebook.com/events/484797408197383/?ref=ts</a> </span></b><i><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></i></div>
<i><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></i><br />Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-82302006272495282812012-06-11T13:41:00.000-03:002012-12-19T18:42:35.504-02:00Alê d'Ilê e a Música<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDNs2xSBwm1ChjTuLIRxbvnT6YCVdJxhjCoxWkhRISjSxKW_jAaW9GOlZTYejdBUYElojyn4MBMOEDZ005_TeWupS7ZnWlIAWJ7yOohILQyR3cyaxJFLYWYdofn-ad4vlCFa1VQemn44I/s1600/184987_1680463845529_4732832_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDNs2xSBwm1ChjTuLIRxbvnT6YCVdJxhjCoxWkhRISjSxKW_jAaW9GOlZTYejdBUYElojyn4MBMOEDZ005_TeWupS7ZnWlIAWJ7yOohILQyR3cyaxJFLYWYdofn-ad4vlCFa1VQemn44I/s320/184987_1680463845529_4732832_n.jpg" width="320" /></a><span style="font-size: small;">Ouvindo Gil, tomei coragem para escrever sobre Alê d’Ilê.
Compartilho a certeza de que o texto não será o suficiente para expressar tudo o que eu queria. Assumo o risco e, desde já, desculpo-me pelo pouco.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Diz a lenda que nosso personagem aprendeu a tocar violão por
acaso. Menino franzino gostava mesmo era de jogar futebol. Mas um dia o tombo
no campinho de terra fez seu peso cair sobre o magro braço. E o partiu.
Tristeza para ele seu não correr atrás da bola. Restou o violão no período de
recuperação. E o menino tomou gosto e cresceu na melodia e habilidade do
instrumento. Sozinho se alegrou e aprendeu a arte que veio a dividir com
tantos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Alê d’Ilê hoje mora em Macapá- AP. Nascido em Porecatu- PR,
fez o percurso inverso d’A Violeira, de Chico. A sina deste caprichoso e não
nordestino, mais que ir pra um lugar, era fazer música e conviver com a língua francesa.
Assim subiu o país, saindo de sua terra-sul, passando brevemente pelo
centro-oeste, e finalmente se estabelecendo no norte. Mambembe, cigano...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"> A cara amiga perdoou-lhe
por não fazer uma visita quando veio ao sudeste. Nada de cartas ao portador. As notícias, no correio
eletrônico chegaram, com canção anexada. Uma alegria foi sabê-lo musicando pelas
bandas de lá. Outra alegria foi comprar seu CD em uma loja virtual e, ao
visitar a terra-sul, receber uma versão autografada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Faz tempo que não vejo Alê d’Ilê. Mas o tempo em que
estivemos na mesma cidade me acompanha, quer seja no sudeste daqui ou da
África. Inclusive, uma peça de roupa que trouxe pra ele de Moçambique ainda
está preguiçosamente guardada em meu armário. Talvez à espera de um endereço
não eletrônico para ser enviada. Nem sei se o pedi. Aproveito e registro aqui a
solicitação.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">O que sei é que Alê vive vizinho de Dona Guiana, a francesa
que o ajuda a treinar a língua que estudou em sua Faculdade de Letras. Francesa é caso antigo, que até já virou canção (1). Sei também que ele gravou em
seu CD uma belíssima música instrumental chamada Justina (2), para uma outra
Dona, essa muito mais importante do que a anteriormente citada. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Às vezes, na viagem diária de volta pra casa, eu o
ouço. Um dia, degustando o som me peguei chorando. Olhando pela
janela do ônibus, a lua alta brilhava... Chorava porque sabia que era a mesma que brilhava para as
gentes lá de casa, as pessoas mais amadas, “a minha gente que me espera voltar”
(3) com as notícias dessa “minha terra, mundo inteiro”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">No fim, a Estrada Companheira (4) contém um coração a mil
que amadureceu, gestou e pariu letras e melodias que soam histórias tão
pessoais e tão gerais. Contém um menino franzino e um músico; as escadarias de
uma igreja e a fronteira de um país; as águas do rio Paranapanema e as do Araguari.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Gil, no aparelho de som, hoje cantava Palco, como em um show de 1997, em Bauru. E como os tempos são outros, escrevi este texto, que agora vira post para enviar Pela Internet.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMI6v3IkUsr4EhucuJ57UoK4mD30-wA3C7aKApXNk02foL0_l2-XoijankFjY7lrhWurkPCRH4LfJadjJ9RZN3L5R_J4PE3YZrPc5zjpufNY5e0Rw8qwoEZ-Mh56UgvlvRpZBQcoMPh3o/s1600/296631_2221351087372_1675123355_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMI6v3IkUsr4EhucuJ57UoK4mD30-wA3C7aKApXNk02foL0_l2-XoijankFjY7lrhWurkPCRH4LfJadjJ9RZN3L5R_J4PE3YZrPc5zjpufNY5e0Rw8qwoEZ-Mh56UgvlvRpZBQcoMPh3o/s200/296631_2221351087372_1675123355_n.jpg" width="200" /></a><span style="font-size: small;"><b>Músicas de Alê d’Ilê citadas</b>: (1) Voulez vous Dancer, (2) Justina, (3) I’I Pororoca e (4) Estrada
Companheira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><b>Para ouvir:</b> <a href="http://www.myspace.com/558196595" target="_blank">Myspace</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><b>Para Comprar o CD:</b> Visite o site da Livraria
Cultura. Clique <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=22666167&sid=96415921914610498692360467" target="_blank"><b>AQUI</b></a>. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUMW2MPGj24iIJ5Fuurjlb05M2cGYIzKaDdaRTu4a6Pbz6E8IHVswnVnHgCYFzinWSbf6S_Lys5-Doy8O7j6fm4wBm_xz4nj4XVW1bR2s7lF4fENKcrxxO7a8CwVNFFyd0wB9zMt0w0FA/s1600/Al%C3%AA+D%C2%B4Il%C3%AA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUMW2MPGj24iIJ5Fuurjlb05M2cGYIzKaDdaRTu4a6Pbz6E8IHVswnVnHgCYFzinWSbf6S_Lys5-Doy8O7j6fm4wBm_xz4nj4XVW1bR2s7lF4fENKcrxxO7a8CwVNFFyd0wB9zMt0w0FA/s200/Al%C3%AA+D%C2%B4Il%C3%AA.jpg" width="200" /></a><span style="font-size: small;"><b> </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><b>Músicas de referência:</b> A Violeira, Caro Amigo e Mambembe
(Chico Buarque)/ Palco, Corações a Mil
e Pela Internet (Gilberto Gil)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><b>Imagens:</b> fotografia de Carllos Bozelli e ilustracao de
Nicolas Simon </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<b><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E.T:</i><i> </i></span></span></b><i><span style="font-size: x-small;">Desde <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">aqui, mando-te “lembranças”, querido Preto, como diria
o preto meu avô. Posso também parafrasear (?) Carl Sagan e dizer que: diante da
vastidão do tempo e da imensidão do espaço, é uma honra dividir um planeta e
uma época com você.</span></span></i></div>
Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-58928461290326520262012-06-08T11:59:00.000-03:002012-06-08T12:31:54.790-03:00O Embondeiro Que Sonhava Pássaros<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sim, faz muito tempo que não publico nada. E esta não é necessariamente uma "volta". </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Seja como for, gostaria de compartilhar um conto de Mia Couto.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O texto abaixo era um rascunho dezembro de 2011, quando pacientemente digitei os trechos deste conto para vocês. Mas naquele dezembro, algo estava travando meu computador que, por fim, veio a "morrer". Assim, não voltei mais a isso. Até agora.</span><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeW_rxzCzjWBybgnKklgxEXft7NCxcdeynT7PCWlrUJ5M2GpHLI0O7Jy3NqiXryRI2t70LJrXQmluc0U2zlCQU3_WF_3vjmSA2oUpAQFpQX473Bp9cS-hrI4fUDuUmJVw9gjOFMMvsyhw/s1600/100_7281.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeW_rxzCzjWBybgnKklgxEXft7NCxcdeynT7PCWlrUJ5M2GpHLI0O7Jy3NqiXryRI2t70LJrXQmluc0U2zlCQU3_WF_3vjmSA2oUpAQFpQX473Bp9cS-hrI4fUDuUmJVw9gjOFMMvsyhw/s320/100_7281.JPG" width="240" /></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt;">O Embondeiro Que Sonhava Pássaros<o:p></o:p></span></b></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 9.0pt; text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">[<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto" style="color: blue;">Mia
Couto</a>, Cada Homem é uma Raça]<o:p></o:p></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 9pt; text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p> <span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-style: normal;"><i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 8pt;">Pássaros, todos os que no chão desconhecem morada.</span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 8pt;"> </span></i></span></o:p></span></i></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Esse homem sempre vai ficar de
sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em
verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por
razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros
não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavam-lhe o passarinheiro.</span></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Todas manhãs ele passava nos
bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. (...) _Mãe, olha o homem
dos passarinheiros! </span></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
E os meninos inundavam as ruas.
As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O
homem puxava de uma <i>muska (1)</i> e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo
inteiro se fabulava. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Por trás das cortinas, os colonos
reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos -
aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que
voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes
que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Mas aquela ordem pouco seria
desempenhada. Mais que todos, um menino desobedecia, dedicando-se ao misterioso
passarinheiro. Era Tiago, criança sonhadeíra, sem outra habilidade senão
perseguir fantasias. Despertava cedo, colava-se aos vidros, aguardando a
chegada do vendedor. O homem despontava e Tiago descia a escada, trinta
degraus em cinco saltos. Descalço, atravessava o bairro, desaparecendo
junto com a mancha da passarada. O sol findava e o menino sem regressar. Em
casa de Tiago se poliam as lástimas: </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Descalço, como eles. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
O pai ambicionava o
castigo. Só a brandura materna aliviava a chegada do miúdo, em plena
noite. O pai reclamava nem que fosse esboço de explicação: </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Foste a casa dele? Mas esse
vagabundo tem casa? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
A residência dele era um
embondeiro, o vago buraco do tronco. Tiago contava: aquela era uma árvore muito
sagrada, Deus a plantara de cabeça para baixo. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Vejam só o que o preto anda a
meter na cabeça desta criança. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
(...) </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Fosse por desdenho dos grandes ou por
glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro foi
virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações,
insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de
doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele
bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os
residentes, estrangeirando-lhes? Ou culpado seria aquele negro, sacana, que se
arrogava a existir, ignorante dos seus deveres de raça? O comerciante devia
saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se
inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. Sentiam ciúmes do
passado, a arrumação das criaturas pela sua aparência. O vendedor, assim
sobremisso, adiantava o mundo de outras compreensões. Até os meninos, por graça
de sua sedução, se esqueciam do comportamento. Eles se tornavam mais filhos da
rua que da casa. O passarinheiro se adentrara mesmo nos devaneios deles: </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Faz conta eu sou vosso tio. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
As crianças emigravam de sua
condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se familiavam,
parentes aparentes. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Tio? Já se viu chamar de tio a
um preto? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Os pais lhes queriam fechar o
sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida,
vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Parecia a ordem já governava. Foi
quando surgiram as ocorrências. Portas e janelas se abriam sozinhas, móveis
apareciam revirados, gavetas trocadas. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Em casa dos Silvas: </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Quem abriu este armário? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
(...)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Em casa dos Peixotos: </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Quem espalhou alpista na gaveta
dos documentos?</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
(...)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
No lar do presidente do
município: </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Quem abriu a porta dos
pássaros? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
(...) </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
No somado das ocorrências,
um geral alvoroço se instalou no bairro. Os colonos se reuniram para labutar em
decisão. Se juntaram em casa do pai de Tiago. O menino iludiu a cama, ficou na
porta escutando as graves ameaças. Nem esperou escutar a sentença. Lançou-se
pelo mato, rumo ao embondeiro. O velho lá estava ajeitando-se no calor de uma
fogueira. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Eles vem aí, vêm-te buscar. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Tiago ofegava. O vendedor não se
desordenou: que já sabia, estava à espera. O menino se esforçava, nunca aquele
homem lhe tivera tanto valor. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Foge, ainda dá tempo. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Mas o vendedor se confortava, em
sonolentidão. Sereno, entrou no tronco e ali se ademorou. Quando saiu já vinha
gravatado, de fato mesungueiro(2). (...) </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_E porquê vestiste o fato? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Explicou: ele é que era natural,
rebento daquela terra.Devia de saber receber os visitantes. Lhe competia o
respeito, deveres de anfitrião. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Agora, você vai, volta na sua
casa. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
(...)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Barulhosos, os colonos foram
chegando. Cercaram o lugar. O miúdo fugiu, escondeu-se, ficou à espreita. Ele
viu o passarinheiro levantar-se, saudando os visitantes. Logo procederam
pancadas, chambocos, pontapés. O velho parecia nem sofrer, vegetável, não fora
o sangue. Amarram-lhe os pulsos, empurraram-lhe no caminho escuro. (...) O
menino, de pronto, se decidiu. Lançou-se nos matos, no encalço da comitiva. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
(...)
A voz do passarinheiro lhe chegava, vinda de além-grades. Agora, podia ver o rosto
de seu amigo, o quanto sangue lhe cobria. Interroguem o gajo, espremam-no bem.
Era ordem dos colonos, antes de se retirarem. O guarda continenciou-se,
obediente. Mas nem ele sabia que segredos devia arrancar do velho. Que raivas
se comprovavam contra o vendedor ambulante? Agora, sozinho, o retrato do detido
lhe parecia isento de suspeita. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Peço licença de tocar. É uma
música da sua terra, patrão. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
O passarinheiro ajeitou a
harmónica, tentou soprar. Mas recuou da intenção com um esgar. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_Me bateram muito-muito na boca.
É muita pena, senão havia de tocar. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
O polícia lhe desconfiou. A
gaita-de-beiços foi lançada pela janela, caindo junto do esconderijo de Tiago.
Ele apanhou o instrumento, juntou seus bocados. Aqueles pedaços lhe semelhavam
sua alma, carecida de mão que lhe fizesse inteira. O menino se enroscou,
aquecido em sua própria redondura. Enquanto embarcava no sono levou a muska à
boca e tocou como se fizesse o seu embalo. Dentro, quem sabe, o passarinheiro
escutasse aquele conforto? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Acordou num chilreino. Os
pássaros! (...) As portas estavam abertas, a prisão deserta. O vendedor não
deixara nem rasto, o lugar restava amnésico. Gritou pelo velho, responderam os
pássaros. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Decidiu voltar à árvore. Outro
paradeiro para ele já não existia. Nem rua nem casa: só o ventre do embondeiro.
(...) Entrou no tronco, guardou-se na distância de um tempo. Valia a pena
esperar pelo velho? No certo, ele se esfumara, fugido dos brancos. No enquanto,
ele voltou a soprar na muska. Foi-se embalando no ritmo, deixando de escutar o
mundo lá fora. Se guardasse a devida atenção, ele teria notado a chegada das
muitas vozes. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_O sacana do preto está dentro
da árvore. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Os passos da vingança cercavam o
embondeiro, pisando as flores. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
_É o gajo mais a gaita. Toca,
cabrão, que já danças! </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
As tochas se chegaram ao tronco,
o fogo namorou as velhas cascas. Dentro, o menino desatara um sonho: seus
cabelos se figuravam pequenitas folhas, pernas e braços se madeiravam. Os
dedos, lenhosos, minhocavam a terra. (...) Foi quando Tiago sentiu a ferida das
labaredas, a sedução da cinza. Então, o menino, aprendiz da seiva, se emigrou
inteiro para suas recentes raízes.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<i>(1) Muska - nome que, em chissena, se dá à
gaita-de-beiços.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<i>(2) Mesungueiro - de “mesungo”,
homem branco</i><br />
-------------------------------<br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b>Imagem:</b> fotografia tirada em Pemba, província de Cabo Delgado, Moçambique. Notem as proporções da árvore em relação a pessoa sentada a sua sombra, a extrema direita.</span><i><br /></i></div>
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-35869464440270094962011-07-27T17:35:00.001-03:002011-07-27T17:43:57.552-03:00Homem Grávido no Largo 13<iframe width="490" height="309" src="http://www.youtube.com/embed/tfNV0tcLYCg" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-28203197077927397702011-07-27T17:00:00.000-03:002011-07-27T19:10:32.491-03:00No País da Pizza, do Futebol, da Cerveja e da Bunda<span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">T</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">em gente que acha que o casamento civil já é lei no Brasil, valendo para todas as pessoas. Pros desavisados, abaixo um pouquinho daquilo que NÃO conseguimos (ainda?).</span></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">--------------</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Depoimento de um Cidadão Homoafetivo Discriminado no País da Pizza, do Futebol, da Cerveja e da Bunda </span></div></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Eu, Milton Cesar Pereira de Sá, e meu companheiro, Sandro Luis do Nascimento, tornamos pública nossa indignação e revolta contra a histórica e ainda atual situação discriminatória em relação às pessoas de orientação sexual homoafetiva – sendo esta contrária à dita orientação pseudo-normativa-implícita-social chamada de heteroafetiva.<br /><br />Em nosso caso explicito, temos um relacionamento homoafetivo a mais de 5 anos (mais precisamente 8 anos e 2 meses). Há um ano atrás, celebramos um contrato de união homoafetiva, registrado em cartório de notas, de forma que possamos “tentar” manter nossa vida conjugal em acordo com os princípios civis; mas, sendo este um contrato entre duas pessoas, não é confiável em instâncias judiciais que sua interpretação ou validade não possa ser contestada.<br /><br />Com a decisão do Supremo Tribunal Federal em equiparar os direitos dos casais homoafetivos aos casais heteroafetivos (até então, vergonhosamente únicos privilegiados pela nossa legislação), decidimos oficializar o reconhecimento de nossa relação em âmbito civil. Desta forma, em junho deste mesmo ano, procuramos o Cartório de Registro Civil da cidade de São Caetano do Sul, onde fomos muito bem recebidos pelo Sr. Wagner Zago (e todos os funcionários do estabelecimento), orientando-nos em todos os aspectos.<br /><br />Demos entrada em nosso pedido de casamento civil, onde como qualquer casal heterossexual, cumprimos com todas as obrigações de praxe: documentação, testemunhas e taxas. Tivemos o proclama publicado no jornal Tribuna do ABCD, na edição datada de 16 de julho de 2011. Nosso processo no Cartório de Registro Civil de São Caetano do Sul é de Número 485/2011, Livro 11, Folha 20, Protocolo 1505/2011 – documento este de acesso público, como qualquer outro existente em Cartório.<br />Em primeira alçada, nosso pedido foi aprovado pelo procurador responsável da Comarca de São Caetano do Sul, sendo que o mesmo gentilmente anexou à documento outros casos semelhantes, já aprovados pelo judiciário deste país, a fim de embasar sua aprovação e auxiliar a próxima alçada.<br /><br />Em segunda alçada, entretanto, tivemos nosso pedido negado pela juíza de direito Daniela Anholeto Valbão, na data de 26/07/2011, no Fórum Judiciário do Estado de São Paulo – Comarca de São Caetano do Sul (comumente conhecido por Fórum de São Caetano – residente na Estrada das Lágrimas, entre o Conjunto dos Radialistas e o Jardim São Caetano) na qual alega que não existe legislação que permita a união de pessoas de mesmo sexo (homoafetivos), estando esta união restrita somente aos heteroafetivos.<br /><br /></span><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitUhZni6kBJ8t8n1fy4-gAS-KJB88OY1Yt3N_QnuY3vHSOl0_8qQIFoKpcO60KHxTFIwybZdxg6OO1qbaBWrT3Mor8bONBM71I-nqk3LNtMQdOCxuIfRRA7veQSxtF22fhNxGIUa0nW30/s320/abc-mapa.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 227px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634154830347286706" /><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Atualmente, eu e meu companheiro iremos ao Cartório de Registro Civil de São Caetano do Sul, neste sábado (30 de julho de 2011) para oficializar nosso conhecimento de negativa ao nosso pedido, quando enfim teremos pleno acesso aos autos do processo civil.<br /><br />ESTAMOS PROFUNDAMENTE INDIGNADOS!<br /><br />Sou morador da cidade de São Caetano do Sul a mais de 30 anos. Sou social, civil, trabalhista e economicamente ativo – meu companheiro também!<br /><br />Além de recolher impostos como pessoa física, sou autônomo (trabalho na área de informática), logo, tenho empresa aberta em São Caetano do Sul, desta forma, também sou recolhedor de impostos como pessoa jurídica, para o Município de São Caetano do Sul, o Estado de São Paulo e a União (Brasil).<br /><br />Recolho impostos que servem unicamente para o âmbito social e sou discriminado, considerado cidadão de segundo nível, desprivilegiado em mais de 70 direitos, visto como pária, transmissor de HIV, vergonha da masculinidade, diferenciado, desvirtuado, pecador, imoral, degenerado, doente, “mulherzinha”, entre outros tantos termos vexatório – agora acumulo isso a tudo a um embasamento jurídico como atestado público! Vergonha de ser cidadão brasileiro! Vergonha de ser humano!<br /><br />Mas o que fazer se em São Caetano do Sul, considerada a “Cidade de Primeiro Mundo” do Brasil, nossa realidade é calada e falsificada: números são escondidos pelos nossos governantes!<br /><br />Dizem que São Caetano do Sul não tem crimes hediondos – mentira! São Caetano do Sul não tem miséria – mentira! São Caetano do Sul tem baixos índices de violência – mentira! São Caetano do Sul não tem homossexuais – MENTIRA!!! Temos sim e temos muitos! Sendo homossexual sou plenamente capacitado a reconhecer meus semelhantes – e não sou parte de um agrupamento de meia dúvida, uma dezena ou mesmo uma centena. Somos centenas, se não milhares de homossexuais moradores em São Caetano do Sul, cidade esta que nunca teve um único programa que invista em anti-homofobia! Se há uma coisa que aprendi sendo um cidadão sulcaetanense é: quer ser gay, vá para os redutos e boates de São Paulo!<br /><br />Dizem que o ABCD é homofóbico? Pois estão correto! E o epicentro da homofobia velada, mandatória, outorgada desde a sociedade até os três poderes está em São Caetano Sul – que não admite a existência de homossexuais, falsificando estatísticas!<br /><br />Dizem que os homossexuais querem destruir a família? Quanta vergonha! Quanto ostracismo! Quanto anarquismo cronológico-evolucionista! Prestem atenção: ouvimos isso ao longo da história, mundial e local, em muitos outros aspectos:<br />1. Durante a luta para acabar com a escravidão religiosos e os ditos “moralistas” deste país utilizaram a mesma temática: os negros acabariam com a família, com a moral, com os bons costumes. Isso aconteceu? Aquele livrinho discriminatório a que intitulam de “Bíblia” foi alterado? Não! Continua dizendo que deus puniu os de pele cuxim (preta em hebraico antigo). Evoluímos e criamos vergonha na cara e os negros estão livres. Mas tivemos que criar uma lei anti-racista para que houvesse uma mordaça e uma conduta policitamente correta. Sim, correta e não verdadeira, pois racismo ainda existe, mas pelo menos existe algo que os proteja de gente dita “moral e religiosamente correta”.<br />2. Quando a mulher saiu da asa do marido e ganhou sua liberdade e sua igualdade de direito, os ditos “moral e religiosamente corretos” atacaram de novo com os mesmos argumentos! A família acabou? A moral foi destruída? O “dito alcoviteiro Deus Cristão” destruiu o mundo? Não! Evoluímos novamente! Mas temos que ter leis que as protejam, como a Lei Maria da Penha – afinal, tudo não passa de uma aparência “politicamente correta”.<br />3. Quando o biquíni surgiu, os ditos “moral e religiosamente corretos” atacaram novamente com os mesmos argumentos! A família acabou? A moral foi destruída? Não! Leila Diniz foi a primeira mulher a ser xingada neste país para que hoje o biquíni se tornasse uma peça corriqueira no guarda-roupa feminino. Evoluímos novamente.<br /><br />Estou farto e cansado deste país, destes moralistas, destes religiosos, destes políticos, destes juízes – estou farto de uma luta silenciosa. Estou farto de ter de lutar todo o dia para vencer o preconceito.<br /><br />Estou farto de arcar com todas as minhas obrigações civis, políticas e econômicas e ser mantido a margem da sociedade, tratado como cidadão de segunda linha, de uma “casta” impura e rebaixada! Não sou um reduto, são ou um beco – sou um ser humano, pleno de minhas capacidades físicas e mentais (até além da conta – tenho QI superior a 170), pleno de minha cidadania, consciente de minha existência, pleno de sentimentos bons e ruins como qualquer outro ser humano psiquicamente normal. Sou capaz de amar e odiar, gostar e detestar, sorrir e chorar quanto qualquer outro dito heterossexual. Quando me corto, seu sangro (vermelho!), como qualquer outro heterossexual!<br /><br />Tenho vergonha de parte deste país que privilegia os corruptos, os malandros, o jeitinho brasileiro, a discriminação, a politicagem, os religiosos (principalmente os canalhas e fanáticos), uma dita religião “pseudo-normativa” cristã e seu livro que evoca discriminação, racismo, xenofobia, assassinato, incesto, preconceito, violência, conivência com criminalidades, abuso de poder, narcisismo, entre outros! Tenho vergonha de ser deixado ao léu quanto à equiparação de direitos civis, dependendo exclusivamente da “boa vontade alheia” dos nossos legisladores e dos nossos juízes – que de imparciais não tem em nada!!! Tenho vergonha de viver em um Estado dito “Laico de Direito”, mas que permite embasamento governamental, legislativo e judiciário em princípios religiosos, todos arraigados unicamente da pseudo-normativa “religião cristã”. Tenho vergonha dos nossos legisladores que abrem a boca para cuspir besteiras, discriminação, desconhecimento, que não trabalham para uma sociedade igualitária de fato e de direito, mas para seus “lobis”, seus redutos, seus preconceitos, suas ganâncias!<br /><br />Tenho vergonha de ser um cidadão sulcaetanense e ter sido discriminado em escolas públicas sem nenhum amparo e ainda ser discriminado pela sociedade local – não suporto mais a mordaça que não me permite dizer quem e o que eu sou! Não suporto mais ver outros como eu, passar pelo mesmo que eu passei e ver que em nada a “bela cidade do primeiro mundo do Brasil” mudou ou faz para ser diferente, além de esconder para debaixo do tapete sua realidade!<br /><br />Tenho nojo de ser humano em um país que termina em pizza, futebol, cerveja e bunda e ainda se diz moralista e religioso!<br /><br />Tenho fé, que vem primeiro que qualquer religião. Tenho caráter! Tenho força! Tenho masculinidade! Tenho equilíbrio! Tenho sobriedade! Tenho discernimento! Tenho HUMANIDADE! Só não posso ser igual, pois sou único, como cada um de nós o é como indivíduo. Mas sou exatamente igual a você ou a qualquer outro quando somos HUMANOS! E como tal, como um ser humano, tenho indignação de viver em uma sociedade preconceituosa como a nossa!<br /><br />BASTA!<br /><br />(P.S.: por favor, torne público este depoimento! Consentimento pleno autorizado!)<br />--<br />Cesar Pereira</span></span></span>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-60893487842678903532011-06-28T18:59:00.008-03:002011-06-29T18:05:07.584-03:00Sentença Judicial: primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCgYQk6jqpWFIgPW6xw2HCI_XKVolbsU1GLEx7QxUWxTl31-Z4-2-Z_Rt24QcUwyM5VSDoRD-KRcyX0TquSj7UZAaLZAC9YdjzH6LS3np6CBF8YNSQDgoVhmVKuii8FuCD4LylbEF8Yqw/s1600/luiz+moresi.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 225px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCgYQk6jqpWFIgPW6xw2HCI_XKVolbsU1GLEx7QxUWxTl31-Z4-2-Z_Rt24QcUwyM5VSDoRD-KRcyX0TquSj7UZAaLZAC9YdjzH6LS3np6CBF8YNSQDgoVhmVKuii8FuCD4LylbEF8Yqw/s320/luiz+moresi.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5623398078494424626" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O juiz </span><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Fernando Henrique Pinto </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">decidiu ontem. Hoje foi realizado o casamento. Agora, </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Luiz André </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">e</span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Sérgio</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> já tem certidão de casamento e, conseqüentemente, a averbação da certidão de nascimento.</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ainda que, na prática, a troca de sobrenomes entre os casais traga bastante trabalho, a troca troca entre eles carrega consigo muitos significados. Entre eles posso destacar:</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">1) </span></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 21px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">troca mútua permitiu sair daquele antiquado e </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">errôneo</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> pensamento do "quem é a mulher da relação?". A começar porque há alguns anos apenas a mulher mudava o nome, tornando-se a Srª Fulana </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">De Tal</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">. A terminar porque se nos casais de mesmo sexo sempre tivesse "o homem" e "a mulher", não seriam um casal homossexual, né?</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 21px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">2) marca decididamente o dia de hoje, como sendo um dia de luta por igualdade, inclusive a igualdade de optar por incluir ou não outro sobrenome, como os demais casais já podem fazer.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ao casal, felicidades, e muita garra para tantas outras batalhas que ainda estão por vir, na vida privada ou na vida pública.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Abaixo, a Sentença Judicial, NA ÍNTEGRA!</span></span></b></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A foto deste post "roubei" do blog de Luiz André, que você pode ver</span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></b><a href="http://luizandre.wordpress.com/"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">AQUI</span></span></b></a><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></span></b></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">---------------------------------------<br /></span></span><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Vistos.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><b><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">LUIZ ANDRÉ DE REZENDE MORESI e JOSÉ SÉRGIO SANTOS DE SOUSA, a</span></span><u><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">mbos do sexo masculino</span></span></u></span></b><span style="line-height:115%; Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, demais qualificações nos autos, protocolaram pedido de </span></span><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">conversão de união estável em casamento.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></i></b></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Instruíram o pedido com escritura pública lavrada em 17/05/2011, perante o 1º Tabelião de Notas e de Protestos de Letras e Títulos de Jacareí/SP (livro nº.705, fls. 017), onde declararam viver </span></span><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">em união estável há 8 (oito) anos.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></i></b></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Foi publicado edital e cumpridas todas as formalidades legas para habilitação a casamento, não havendo impugnações.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O pedido foi instruído com declaração de duas testemunhas, no sentido de que os requerentes </span></span><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">"mantém convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família".</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></i></b></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O Ministério Público ofertou parecer favorável ao pedido.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><b><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">É o relatório do necessário. Fundamento e decido.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Preliminarmente, observa-se que, conforme pedido expresso dos autores, os mesmos pretendem a </span></span><b><u><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">conversão</span></span></u></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> de alegada união estável em casamento, como permite e prevê o art. 226, § 3°, parte final, da Constituição Federal, e o art. 1.726 do Código Civil.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Regulamentando tais dispositivos constitucionais e legais, a Corregedoria Geral da justiça de São Paulo, em suas Normas de Serviço (Tomo II, Capítulo XVII, Seção V, Subseção IV, art. 135), assim disciplinou o procedimento de conversão da união estável em casamento:</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">"87. A conversão da união estável em casamento deverá ser requerida pelos conviventes perante o Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais de seu domicílio. (Nota 2: Provo CGJ 25/2005).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">87.1. Recebido o requerimento, será iniciado o processo de habilitação previsto nos itens 52 a 74 deste capítulo, devendo constar dos editais que se trata de conversão de união estável em casamento. (Nota 3: Provo CGJ 25/2005).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">87.2. Decorrido o prazo legal do edital, os autos serão encaminhados ao Juiz Corregedor Permanente, salvo se este houver editado portaria nos moldes previstos no item 66 supra. (Nota 4: Provs. CGJ 25/2005 e 14/2006).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">87.3. Estando em termos o pedido, será lavrado o assento da conversão da união estável em casamento, independentemente de qualquer solenidade, prescindindo o ato da celebração do matrimônio. (Nota 5: Provs. CGJ 25/2005 e 14/2006).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">87.4. O assento da conversão da união estável em casamento será lavrado no Livro "B", exarando-se o determinado no item 81 deste Capítulo, sem a indicação da data da celebração, do nome e assinatura do presidente do ato, dos conviventes e das testemunhas, cujos espaços próprios deverão ser inutilizados, anotando-se no </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">respectivo termo que se trata de conversão de união estável em casamento. (Nota 5: Provo CGJ 25/2005).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">BLOCO DE ATUALIZAÇÃO N° 28 - CAP. XVII - 31</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">87.5. A conversão da união estável dependerá da superação dos impedimentos legais para o casamento, sujeitando-se à adoção do regime matrimonial de bens, na forma e segundo os preceitos da lei civil. (Nota 1: Provo CGJ 25/2005).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">87.6. Não constará do assento de casamento convertido a partir da união estável, em nenhuma hipótese, a data do início, período ou duração desta. (Nota 2: Provo CGJ 25/2005)".</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Resumindo-se, verifica-se que o casamento civil tradicional difere do casamento por conversão de união estável apenas pela substituição do ato solene da celebração, presidido pelo ''juiz de paz", pela homologação, realizada pelo Juiz de Direito responsável pela Corregedoria Permanente do Registro Civil das Pessoas Naturais da comarca.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">No mérito, cumpridas todas as formalidades legais, a questão que se coloca para análise é a possibilidade ou não de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o que se passa a apreciar.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O maior e mais repetido princípio da Constituição da República Federativa do Brasil é o da igualdade.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A mesma constituição elegeu a "dignidade da pessoa humana" como um de seus "fundamentos" (art. 1°, inciso 111), e declarou que o Brasil tem como "objetivos fundamentais" a construção de "uma sociedade livre, justa e solidária", bem como ''promover o bem de todos, SEM PRECONCEITOS de origem, raça, SEXO, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação" (art. 3°, incisos I e IV).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Também determina a Constituição Federal que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" e que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição" (art. 5°, inciso I).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Mais à frente, no Título "Da Ordem Social", a Lei Maior afirma que "a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado" (art. 226, caput).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Sobre o casamento, a Constituição Federal dispõe que o mesmo "é civil e gratuita a celebração" (art. 226, §1°), acrescentando que "o casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei" (art. 226, § 1°), e que o casamento ''pode ser dissolvido pelo divórcio" (art. 226, § 6°, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 66, de 13/07/2010).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A Constituição Federal também declara que ''para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável (...) como entidade familiar. DEVENDO A LEI FACILITAR SUA CONVERSÃO EM CASAMENTO", e que "entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes" (art. 226, §§ 3° e 4°).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Em harmonia com o princípio da igualdade, nossa Lei Maior enfatiza que "os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher" (art. 226, § 5°).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Aqui cabe abrir parêntesis para alertar que tal dispositivo não necessariamente declara que casamento existe apenas entre homem e mulher, até porque "sociedade conjugal' não é "casamento", sendo certo que a primeira sempre pôde ser dissolvida pela separação" (de jato, judicial e mais recentemente também extrajudicial), e o segundo somente é dissolvido pelo "divórcio".</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Contudo, aparentemente rompendo todo esse contexto de ênfase no princípio da igualdade, a Constituição da República Federativa do Brasil, ao mencionar a união estável em seu art. 226, § 3°, assim se pronunciou: "é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar" (art. 226, § 3°).</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Mais de duas décadas passadas desde 05/1 0/1988, quando foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, e já se ingressando na segunda década do Século XXI, é público e notório que milhares de pessoas do mesmo sexo (homens e homens; mulheres e mulheres), compartilham a vida juntos como se casados fossem.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A ausência de respaldo jurídico a tal realidade social causou inúmeros prejuízos e injustiças, desde o não reconhecimento do direito à sucessão, passando pela ausência da presunção legal de esforço comum no patrimônio constituído, até a ausência de direitos sociais, como a pensão previdenciária por morte.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Nesse contexto, tramitava perante o Supremo Tribunal Federal a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental- ADPF n°. 178 (conhecida como a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI n°. 4277), ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, objetivando a declaração de reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. Pedia-se, também, que os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas uniões estáveis fossem estendidos aos companheiros nas uniões entre pessoas do mesmo sexo.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Também estava em trâmite a ADPF n°. 132, onde o Estado do Rio de Janeiro alegava que o não reconhecimento da união homoafetiva contrariava preceitos fundamentais como igualdade, liberdade (da qual decorre a autonomia da vontade) e o princípio da dignidade da pessoa humana, todos da Constituição Federal, e pediu que o STF aplicasse o regime jurídico das uniões estáveis, previsto no artigo 1.723 do Código Civil, às uniões homoafetivas de funcionários públicos civis do Rio de Janeiro.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Foi nesse contexto que no dia 05 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento de tais ações, tendo como relator o Exmo. Ministro Ayres Britto, reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo, dando interpretação conforme a Constituição Federal, para excluir qualquer significado do artigo 1.723 do Código Civil que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Na ocasião, o Exmo. Ministro Ayres Britto foi seguido pelos Exmos. Ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, bem como Exma Ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie - decorrendo votação unânime dos presentes.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tal julgamento, nos termos do art. 102, § 2°, da Constituição Federal, possui "eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">No caso concreto, aplica-se a conhecida fórmula jurídica romana, segundo a qual "onde há a mesma razão. aplica-se o mesmo direito" ("ubi eadem ratio, ibi eadem jus"). Desta forma, os fundamentos de tal julgamento, ainda que sem o dito efeito vinculante, certamente são aplicáveis ao instituto de direito civil denominado casamento, inclusive ao mencionado art. 226, § 5°, da Constituição Federal - o que apenas não foi declarado no mencionado precedente histórico do STF, provavelmente porque não era objeto dos pedidos das ações em análise.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Os prováveis entraves a tal entendimento podem advir de discriminação e/ou de convicções religiosas.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Mas o Estado Brasileiro, do qual o Judiciário é um dos Poderes, repudia constitucionalmente a discriminação e é laico, ou seja, não vinculado a qualquer religião ou organização religiosa.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">É bom e necessário que assim seja, pois alguns dogmas ou orientações religiosas muitas vezes se chocam com princípios e garantias da Constituição da República Federativa do Brasil.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A discriminação (ou preconceito) contra homossexuais decorre normalmente de equívoco sobre a origem "psíquica" do homossexualismo, e de dogmas ou orientações religiosas.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O equívoco de origem "psíquica" é a crença que o homossexualismo e suas variantes (transexualismo etc.) ou a união homoafetiva constituem simples opção sexual.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tal premissa parece equivocada, porque o fenômeno pelo qual um homem ou uma mulher se sente atraído(a) por pessoa do mesmo sexo, a ponto às vezes de repudiar contato íntimo com pessoa do sexo oposto, não se mostra como uma opção. Tudo indica tratar-se de uma característica individual de determinados seres humanos, tão independente da vontade quanto a cor do cabelo, da pele, o caráter, as aptidões etc.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">De fato, se no mundo ainda vige forte preconceito contra tais pessoas, e se as mesmas têm de passar por sofrimentos internos, familiares e sociais para se reconhecerem para elas próprias e publicamente com homossexuais - às vezes pagando com a própria vida -, parece que, se pudessem escolher, optariam pela conduta socialmente mais aceita e tida como “normal”.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O dogma ou orientação religiosa que de forma mais marcante se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo é a colocação da relação sexual procriadora como principal elemento ou requisito essencial do casamento.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ocorre que o motivo maior de uma união humana é - ou deveria ser – o Amor, até porque este é pregado pela maioria das religiões, principalmente as cristãs, como o valor e a virtude máxima e fundamental.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Fosse de outra forma, muitas religiões não poderiam aprovar casamentos entre pessoas de sexos opostos que não podem ter filhos. E se assim agem, parecem afrontar a Lei Cristã do Amor, e prejudicam a formação da entidade familiar ou família, que é a base da sociedade.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Por outro enfoque, muitos se preocupam com o potencial envolvimento de crianças ou adolescentes na entidade familiar formada por pessoas do mesmo sexo. Mas, se esquecem que a falta de planejamento familiar, da qual decorre a geração de crianças sem condições mínimas de sustento e educação, bem como atos abomináveis, como, por exemplo, a remessa de recém nascidos em latas de lixo ou o assassinato dos próprios filhos, são diariamente protagonizados por "casais" de sexos opostos ditos "normais" e/ou por pessoas heterossexuais.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O Brasil, entre outras conhecidas mazelas, é palco da falência da segurança pública, das fronteiras sem controle, da disseminação descontrolada das drogas, da endêmica corrupção, e possui a maior carga tributária, a pior distribuição dos tributos arrecadados e o trânsito que mais mata do planeta Terra.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Assim, pode-se afirmar que no Brasil há situações de fato e de direito muito mais graves para se preocupar, que com a vida de dois seres humanos desejosos de paz e felicidade ao seu modo, sem infringir direitos de ninguém.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Finalmente, cabe anotar que no último dia 17 de junho de 2011, o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução histórica destinada a promover a igualdade dos seres humanos, sem distinção de orientação sexual. A resolução, que teve aprovação do Brasil, embora sem ações afirmativas, dispõe que "todos os seres humanos nascem livres e iguais no que diz respeito a sua dignidade e cada um pode se beneficiar do conjunto de direitos e liberdades sem nenhuma distinção".</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Por todo o exposto, HOMOLOGO a disposição de vontades declarada pelos requerentes do presente procedimento, para CONVERTER em CASAMENTO, pelo regime escolhido da comunhão parcial de bens, a união estável dos mesmos - os quais, por força deste casamento, passam a se chamar respectivamente "LUIZ ANDRÉ REZENDE SOUSA MORESI" e "JOSÉ SÉRGIO SOUSA MORESI".</span></span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></b></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tratando-se esta sentença de ato judicial que substitui a celebração, a mesma tem efeitos imediatos. Assim, lavre-se o registro de casamento e providencie-se o necessário às averbações nos registros dos nascimentos das partes.</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">No mais, nada sendo requerido em 30 (trinta) dias, arquivem-se os autos.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">P.R.I. Ciência ao Ministério Público.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Jacareí/SP,27 e junho de 2011.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Fernando Henrique Pinto</span></i></b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></i></b></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif""><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Juiz de Direito</span></b></span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Arial","sans-serif"font-family:";font-size:7.0pt;"><o:p></o:p></span></p></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-35639145767030641682011-06-27T12:12:00.009-03:002011-06-29T16:31:20.938-03:00Conselho Federal de Psicologia permite uso de nome social<p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 186px; FLOAT: left; HEIGHT: 230px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622918869995317314" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Mw_kr7O_KncWn9vVemhwFfzMAyzy-yi-IDpkilIy753RjVyZpTJzBe4nOQuDzhYI4Hp_6HELlt5phZorsMpSJ3OXu7nw-oJdsrKgp2EbtdSB1JcAmfOBeoyKh67zB3McLwwbHmGeTdo/s320/SIMBOLO+DO+CONSELHO+FEDERAL+PSI.jpg" /><br /><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold; ">Diário Oficial REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL</span><br /><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Imprensa Nacional BRASÍLIA - DF</span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Nº 120 – 24/06/11 – Seção 1 p. 205</span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; "><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA</span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic; "><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">Resolução Nº- 14/2011</span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" font-style: italic; font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">Dispõe sobre a inclusão do nome social no campo "observação" da Carteira de Identidade Profissional do </span></b></span></span><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">Psicólogo e dá outras providências.</span></b></span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; "><span class="Apple-style-span" style=" font-style: italic; font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; font-weight: normal; font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei n° 5.766, de 20/12/1971;</span></span></span></span></span></span></span></span></span></p><div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">CONSIDERANDO o direito à cidadania e o princípio da dignidade da pessoa humana, previstos no artigo 1º, incisos I e III da Constituição Federal de 1988;</span></span></span><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">CONSIDERANDO o direito à igualdade de todos os cidadãos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, previsto no artigo 5º da Constituição Federal de 1988;</span></span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">CONSIDERANDO o disposto na Lei n.º 6.206/75, a qual dá valor de documento de identidade às carteiras expedidas pelos órgãos fiscalizadores de exercício profissional;</span></span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">CONSIDERANDO que nos termos do artigo 14 da Lei n.º 5.766/71 e do artigo 47 do Decreto n.º 79.822/77 e artigo 47 da Resolução CFP n.º 003/2007, o documento de identificação do psicólogo é a Carteira de Identidade Profissional;</span></span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">CONSIDERANDO que o artigo 47 do Decreto n.º 79.822/77 estabelece que, deferida a inscrição, será fornecida ao Psicólogo a Carteira de Identidade Profissional, na qual serão feitas anotações relativas à atividade do portador, e</span></span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">CONSIDERANDO decisão do Plenário do Conselho Federal de Psicologia do dia 17 de junho de 2011,</span></span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">resolve:</span></b></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-weight: normal; ">Art. 1º - Assegurar às pessoas transexuais e travestis o direito à escolha de tratamento nominal a ser inserido no campo "observação" da Carteira de Identidade Profissional do Psicólogo, por meio da indicação do nome social.</span></span></b></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-weight: normal; ">Art. 2º - A pessoa interessada solicitará, por escrito, ao Conselho Regional de Psicologia, a inclusão do prenome que corresponda à forma pela qual se reconheça e é identificada, reconhecida e denominada por sua comunidade e em sua inserção social.</span></span></b></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-weight: normal; ">Art. 3º - Fica permitida a assinatura nos documentos resultantes do trabalho da(o) psicóloga(o) ou nos instrumentos de sua divulgação o uso do nome social, juntamente com o nome e o número de registro do profissional.</span></span></b></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-weight: normal; ">Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.</span></span></b></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><b><i><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">HUMBERTO COTA VERONA</span></i></b></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;">Conselheiro - Presidente</span></b></span></i></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;color:#000099;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><b><br /></b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><b><span class="Apple-style-span" style="color:#000099;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:Georgia, serif;font-size:16px;"><span style="font-size:78%;">Fonte: </span><a href="ftp://ftp.saude.sp.gov.br/ftpsessp/bibliote/informe_eletronico/2011/iels.jun.11/Iels118/U_RS-CFP-14_200611.pdf"><span style="font-size:78%;">ftp://ftp.saude.sp.gov.br/ftpsessp/bibliote/informe_eletronico/2011/iels.jun.11/Iels118/U_RS-CFP-14_200611.pdf</span></a></span></span></b></span></i></span></span></span></span></span></p></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-89429242392638844482011-06-20T23:46:00.006-03:002011-06-21T09:11:52.196-03:00Delicadeza (Joyce)<span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Pra quem assistiu o debate "Eros e Psique", que compôs o ciclo de debates do Mês LGBT este ano, organizado pela </span></span><a href="http://www.paradasp.org.br/"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">APOGLBT-SP</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> e </span></span><a href="http://www.crpsp.org.br/portal/"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">CRP-SP</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, sabe um pouco mais sobre essa música.</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Como eu disse, naquele momento, eu tenho um gosto meio antigo e a conversa desta noite me trouxe essa música na memória. A parte que eu não contei (nem cantei), foi que a música já "me disse" e que hoje guardo com carinho em meu baú de recordações.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre-wrap; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="490" height="309" src="http://www.youtube.com/embed/6AzRFU5aCXo" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre-wrap;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></span></div><div><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></i></b></div><div><span><span><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Delicadeza</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(</span></span><a href="http://www.joycemoreno.com/"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Joyce Moreno</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">)</span></span></span></i></b></span></span><div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></i></div><div><span><span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Discreta em companhia de gente esquisita<br />Maldita em ambiente de gente normal<br />Plantando coisas belas num circo de horrores<br />Com flores e bombons no juízo final</span></span></i></span></span></div><div><span><span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Pintando aquarelas em terra de cego<br />Com pregos, paus e pedras e más intenções<br />Se por delicadeza eu oculto o meu ego<br />Me nego a ser princesa num reino de anões</span></span></i></span></span></div><div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></i></div><div><span><span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Bordando sutilezas e finas malícias<br />Delícias num país que não tem paladar<br />O coração partido de tanta falácia<br />Que passa e a gente nem pode se desviar</span></span></i></span></span></div><div><span><span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />Sonhando ainda um tempo menos suicida<br />Que diga pra que veio e que possa provar<br />Se por delicadeza eu perder minha vida<br />Saí mesmo à francesa, queira desculpar</span></span></i></span></span></div><div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span></span></span></span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Pra saber mais de Joyce, acesse: </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><a href="http://www.joycemoreno.com/"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">http://www.joycemoreno.com/</span></span></a></span></b></div></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-83259931656071519152011-05-30T11:55:00.009-03:002011-06-01T19:06:06.771-03:00Vídeos do Kit Anti-Homofobia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0CdOTYsuOFjbyHy0j3BeSWLl3EPCSc30JmUgctGGI5rR5s1H9vCPY0vejBZ2QVjBjWaYU9jzcc1jvGj6yGsU_6jbNjJp4Ivw889JAGrrrEA3iHEpckVbIzeWooSZruxk40o_nEztFUNg/s1600/Escola+sem+homofobia+-+Imagem.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 148px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0CdOTYsuOFjbyHy0j3BeSWLl3EPCSc30JmUgctGGI5rR5s1H9vCPY0vejBZ2QVjBjWaYU9jzcc1jvGj6yGsU_6jbNjJp4Ivw889JAGrrrEA3iHEpckVbIzeWooSZruxk40o_nEztFUNg/s200/Escola+sem+homofobia+-+Imagem.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5613003154520964114" /></a><br /><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Pra quem ainda não viu os vídeos "absurdos" do chamado "kit-gay", eis uma oportunidade.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ainda estou procurando algo de </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">verdadeiramente</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> inadequado. A gente sempre acha uma ou outra coisinha que poderia estar melhor, mas convenhamos que são preciosismos. Coisa que bastaria a presidenta falar ao MEC: "_Por favor, dê uma ajustadinha aqui!". Muito diferente que <a href="http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/dilma-diz-que-material-do-governo-costumes-sera-avaliado-antes-de-aprovacao-20110526.html">suspender</a> o material (e jogar na vala o trabalho de toda uma equipe responsável e articulada).</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Se o material fosse um perigo social, o CFP- </span><a href="http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Conselho Federal de Psicologia</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> não teria sido FAVORÁVEL a seu conteúdo (para ler o parecer do Conselho, clique </span><b><a href="http://www.crprj.org.br/documentos/2011-parecerprojetoescolasemhomofobia.pdf"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">AQUI</span></a></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">). Fazer psicologia de <i>botiquim</i> e dizer o que vier na cabeça em nome dela, todo mundo pode. Agora, consultar as fontes, como a que citei, por exemplo, seria um bom começo.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Também queria saber onde tem "propaganda de opção sexual", como diria a Presidenta Dilma. Encontrei foi material para que as pessoas vivam bem consigo mesmas, apesar de ter sua sexualidade abominada pela sociedade. </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Inclusive, ter novelas, filmes, propagandas de tv, cartilha na escola, revistas femininas, jornais de toda ordem apresentando, quase que na totalidade, apenas a realidade de casais heterossexuais, não seria "propaganda de opção sexual"? E dar direito civil pleno a apenas esses casais, como poderíamos chamar isso?</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Já sobre os tais "costumes" sociais... Isso vale também para o nosso "costume" de espancar criança, matar mulheres, pagar menos a pessoas negras, jogar nossos jovens na cadeia, roubar dos cofres públicos? </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Abaixo os vídeos da campanha e mais dois, de brinde.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style=" font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></b></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">VÍDEOS ESCOLA SEM HOMOFOBIA</span></b></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></b></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Torpedo</span></b></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/2qR7yDl0W0g" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br /><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Encontrando Bianca</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /><br /></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/SJsGN69NGug" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></b></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Probabilidade</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /><br /></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/FveoO6ZYRnQ" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br /><br /></span></span><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">OUTROS VÍDEOS:</span></b></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Suicídio de Garoto Gay</span></b></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/E0AuiymZlms" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br /><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Propaganda anti bullying</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /><br /></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/iZW0vLWxVsY" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></span></span></div></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-48618606763423856812011-05-22T15:48:00.007-03:002012-06-08T12:18:51.074-03:00A Margarida Enlatada (Caio Fernando Abreu)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvEdLLsoeyk-5lLyhPw3grg1NfVHx5hLA4kZ1i79RVIg1lGOK-gqy8QCIJKpXSDraGOz3f4x4hTjqXiWinAVD-l7KqAXaDchBjY8JLYr4FsF4LYolWF2NMlm93Y9lLxgIdngKtzcFsLRE/s1600/flores.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvEdLLsoeyk-5lLyhPw3grg1NfVHx5hLA4kZ1i79RVIg1lGOK-gqy8QCIJKpXSDraGOz3f4x4hTjqXiWinAVD-l7KqAXaDchBjY8JLYr4FsF4LYolWF2NMlm93Y9lLxgIdngKtzcFsLRE/s320/flores.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5609623130060308994" /></a><br /><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tem um conto de </span></span><a href="http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2664&titulo=Caio_Fernando_Abreu,_um_perfil"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Caio Fernando Abreu</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, que fala de margaridas (enlatadas)...</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Uma referência à moda, coisas descartáveis, passageiras, da sociedade de consumo... </span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Enfim, aquela margarida vista no vídeo </span><a href="http://devaneiosecompanhia.blogspot.com/2011/05/oracao-e-margarida.html"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Oração</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> (Banda Mais Bonita da Cidade) é o avesso desta.</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Deixo vocês com o conto. </span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O coração, amando.</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">A MARGARIDA ENLATADA </span></span></i></b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">(Caio Fernando Abreu)</span></span></i></div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">I</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /><br />Foi de repente. Nesse de repente, ele ia indo pelo meio do aterro quando viu um canteiro de margaridas. Margarida era um negócio comum: ele via sempre margaridas quando ia para sua indústria, todas as manhãs. Margaridas não o comoviam, porque não o comoviam levezas. Mas exatamente de repente, ele mandou o chofer estacionar e ficou um pouco irritado com a confusão de carros às suas costas. O motorista precisou parar um pouco adiante, e ele teve que caminhar um bom pedaço de asfalto para chegar perto do canteiro. Estavam ali, independentes dele ou de qualquer outra pessoa que gostasse ou não delas: aquelas coisas vagamente redondas, de pétalas compridas e brancas agrupadas em torno dum centro amarelo, granuloso. Margaridas. Apanhou uma e colocou-a no bolso do paletó.<br />Diga-se em seu favor que, até esse momento, não premeditara absolutamente nada. Levou a margarida no bolso, esqueceu dela, subiu pelo elevador, cumprimentou as secretárias, trancou-se em sua sala. Como todos os dias, tentou fazer todas as coisas que todos os dias fazia. Não conseguiu. Tomou café, acendeu dois cigarros, esqueceu um no cinzeiro do lado direito, outro no cinzeiro do lado esquerdo, acendeu um terceiro, despediu três funcionários e passou uma descompostura na secretária. Foi só ao meio-dia que lembrou da margarida, no bolso do paletó. Estava meio informe e desfolhada, mas era ainda uma margarida. Sem saber exatamente por que, ficou pensando em algumas notícias que havia lido dias antes: o índice de suicídios nos países superdesenvolvidos, o asfalto invadindo as áreas verdes, a solidão, a dor, a poluição, a loucura e aquelas coisas sujas, perigosas e coloridas a que chamavam jovens. De repente, a luz. Brotou. Deu um grito:<br />—É isso!<br />Chamou imediatamente um dos redatores para bolar um slogan e esqueceu de almoçar e telefonou para suas plantações e mandou que preparassem a terra para novo plantio e ordenou a um de seus braços-direitos que comprasse todos os pacotes de sementes encontráveis no mercado depois achou melhor importá-las dos mais variados tamanhos cores e feitios depois voltou atrás e achou melhor especializar-se justamente na mais banal de todas aquela vagamente redonda de pétalas brancas e miolo granuloso e conseguiu organizar em poucos minutos toda uma equipe altamente especializada e contratou novos funcionários e demitiu outros e precisou tomar uma bolinha para suportar o tempo todo o tempo todo tinha consciência da importância do jogo exaustou afundou noite adentro sem atender aos telefonemas da mulher ao lado da equipe batalhando não podia perder tempo quase à meia-noite tudo estava resolvido e a campanha seria lançada no dia seguinte não podia perder tempo comprou duas ou três gráficas para imprimir os cartazes e mandou as fábricas de latas acelerar sua produção precisava de milhões de unidades dentro de quinze dias prazo máximo porque não podia perder tempo e tudo pronto voltou pelo meio do aterro as margaridas fantasmagóricas reluzindo em branco entre o verde do aterro a cabeça quase estourando de prazer e a sensação nítida clara definida de não ter perdido tempo. Dormiu.<br /><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">II</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /><br />No dia seguinte, acordou mais cedo do que de costume e mandou o chofer rodar pela cidade. Os cartazes. As ruas cheias de cartazes, as pessoas meio espantadas, desceu, misturou-se com o povo, ouviu os comentários, olhou, olhou. Os cartazes. O fundo negro com uma margarida branca, redonda e amarela, destacada, nítida. Na parte inferior, o slogan:<br /><br />Ponha uma margarida na sua fossa.<br /><br />Sorriu. Ninguém entendia direito. Dúvidas. Suposições: um filme underground, uma campanha antitóxicos, um livro de denúncia. Ninguém entendia direito. Mas ele e sua equipe sabiam. Os jornais e revistas das duas semanas seguintes traziam textos, fotos, chamadas:<br /><br />O índice de poluição dos rios é alarmante.<br />Não entre nessa.<br />Ponha uma margarida na sua fossa.<br /><br />Ou<br /><br />O asfalto ameaça o homem e as flores.<br />Cuidado.<br />Use uma margarida na sua fossa.<br /><br />Ou<br /><br />A alegria não é difícil.<br />Fique atento no seu canto.<br />Basta uma margarida na sua fossa.<br /><br />Jingles. Programas de televisão. Horário nobre. Ibope. Procura desvairada de margaridas pelas praças e jardins. Não eram encontradas. Tinham desaparecido misteriosamente dos parques, lojas de flores, jardins particulares. Todos queriam margaridas. E não havia margaridas. As fossas aumentaram consideravelmente. O índice de alcoolismo subiu. A procura de drogas também. As chamadas continuavam.<br /><br />O índice de suicídios no país aumentou em 50%.<br />Mantenha distância.<br />Há uma margarida na porta principal.<br /><br />Contratos. Compositores. Cibernéticos. Informáticos. Escritores. Artistas plásticos. Comunicadores de massa. Cineastas. Rios de dinheiro corriam pelas folhas de pagamento. Ele sorria. Indo ou vindo pelo meio do aterro, mandava o motorista ligar o rádio e ficava ouvindo notícias sobre o surto de margaridite que assolava o país. Todos continuavam sem entender nada. Mas quinze dias depois: a explosão.<br />As prateleiras dos supermercados amanheceram repletas do novo produto. As pessoas faziam filas na caixa, nas portas, nas ruas. Compravam, compravam. As aulas foram suspensas. As repartições fecharam. O comércio fechou. Apenas os supermercados funcionavam sem parar. Consumiam. Consumavam. O novo produto:<br />margaridas cuidadosamente acondicionadas em latas, delicadas latas acrílicas. Margaridas gordas, saudáveis, coradas em sua profunda palidez. Mil utilidades: decoração, alimentação, vestuário, erotismo. Sucesso absoluto. Ele sorria. A barriga aumentava. Indo e vindo pelo aterro, mergulhado em verde, manhã e noite — ele sorria. Sociólogos do mundo inteiro vieram examinar de perto o fenômeno. Líderes feministas. Teóricos marxistas. Porcos chauvinistas. Artistas arrivistas. Milionários em férias. A margarida nacional foi aclamada como a melhor do mundo: mais uma vez a Europa se curvou ante o Brasil.<br />Em seguida começaram as negociações para exportação: a indústria expandiu-se de maneira incrível. Todos queriam trabalhar com margaridas enlatadas. Ele pontificava. Desquitou-se da mulher para ter casos rumorosos com atrizes em evidência. Conferências. Debates. Entrevistas. Tornou-se uma espécie de guru tropical. Comentava-se em rodinhas esotéricas que seus guias seriam remotos mercadores fenícios. Ele havia tornado feliz o seu país. Ele se sentia bom e útil e declarou uma vez na televisão que se julgava um homem realizado por poder dar amor aos outros. Declarou textualmente que o amor era o seu país. Comentou-se que estaria na sexta ou sétima grandeza. Místicos célebres escreviam ensaios onde o chamavam de mutante, iniciado, profeta da Era de Aquarius. Ele sorria. Indo e vindo. Até que um dia, abrindo uma revista, viu o anúncio:<br /><br />Margarida já era, amizade.<br />Saca esta transa:<br />O barato é avenca.<br /><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">III</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /><br />Não demorou muito para que tudo desmoronasse. A margarida foi desmoralizada. Tripudiada. Desprestigiada. Não houve grandes problemas. Para ele, pelo menos. Mesmo os empregados, tiveram apenas o trabalho de mudar de firma, passando-se para a concorrente. O quente era a avenca. Ele já havia assegurado o seu futuro — comprara sítios, apartamentos, fazendas, tinha gordos depósitos bancários na Suíça. Arrasou com napalm as plantações deficitárias e precisou liquidar todo o estoque do produto a preços baixíssimos. Como ninguém comprasse, retirou-o de circulação e incinerou-o.<br />Só depois da incineração total é que lembrou que havia comprado todas as sementes de todas as margaridas. E que margarida era uma flor extinta. Foi no mesmo dia que pegou a mania de caminhar a pé pelo aterro, as mãos cruzadas atrás, rugas na testa. Uma manhã, bem de repente, uma manhã bem cedo, tão de repente quanto aquela outra, divisou um vulto em meio ao verde. O vulto veio se aproximando. Quando chegou bem perto, ele reconheceu sua ex-esposa.<br />Ele perguntou:<br />– Procura margaridas?<br />Ela respondeu:<br />– Já era.<br />Ele perguntou:<br />– Avencas?<br />Ela respondeu:<br />– Falou.</span></span></i><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.<br /></span></i></span><div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Conto acessado no blog: </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><a href="http://semamorsoaloucura.blogspot.com/"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">http://semamorsoaloucura.blogspot.com/</span></a></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Imagem via google, faz tempo...</span></span></div></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-28339137619327942162011-05-22T13:55:00.012-03:002011-05-22T20:02:42.876-03:00Oração e Margarida<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="white-space: pre; "><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Sobre a música "Oração", da </span></span></i><a href="https://www.facebook.com/abandamaisbonitadacidade?sk=app_2405167945"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Banda Mais Bonita da Cidade</span></span></i></a><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></span></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiwYGmOJesN7RjOXG217OWsBAoTB2O700YFDNFa1tUixTrcCa_lsJzx-JZ1WkQ_4NF7XJYB_-pqDQOPa2uxM0jOE47LdVEMEptSjyFszxNEDLrPHO4yGHrm55Wy7Df1eUyGE6rsk6CAIo/s200/riso.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5609620797874782258" /><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Orações não são coisas que costumo ler, ver, praticar. Geralmente estão ligadas a coisas religiosas, artigos que não tenho muito interesse. </span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Interesso-me por outro tipo de oração. Aquelas que em poesia, imagem ou som, falam ao meu coração. Essas orações, que geralmente não levam esse nome, são sempre bem-vindas.<br />Uma Oração, nome próprio, veio por uma amiga. Depois de uma semana de tristezas e decepções com o amor que chamam "divino". </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Chorei horrores.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Veio assim, na forma de amor "terreno", desses que acreditam na comunicação entre as criaturas. Esse sentimento de fraternidade, sereno, confiável, é oração e abrigo em si.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Aqui, pras criaturas que amo. </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Também para as que quero bem (mesmo aquelas com as quais não tenho - ainda?- muita "hora-atividade")</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Afinal</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> "coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa" (...)<br /><br /><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe width="500" height="314" src="http://www.youtube.com/embed/QW0i1U4u0KE" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br /></span></span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Na delicada direção do clip (a poesia da imagem, se aliando a das palavras e som) reparei uma margarida no bolso do rapaz. Flor que logo depois ele dá pra uma moça, que joga pra cima e voltamos à bagunça da celebração conjunta...<br /><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tem um conto de </span></span><a href="http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2664&titulo=Caio_Fernando_Abreu,_um_perfil"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Caio Fernando Abreu</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, que ele fala das margaridas (enlatadas)... Uma referência à moda, coisas descartáveis, passageiras e da sociedade de consumo... Enfim, aquela margarida do vídeo é o avesso dessa do conto.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Para quem quiser ler o conto, clique </span><a href="http://devaneiosecompanhia.blogspot.com/2011/05/margarida-enlatada-caio-fernando-abreu.html"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">AQUI</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Sigo, e o coração vai amando.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></div><div><b><i><br /></i></b></div></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-10005226352421933152011-05-18T20:27:00.007-03:002012-06-08T12:18:51.058-03:00Cordel d'A Greve em Diadema<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Sb0JsuoHduSOx3SzJXNTvGWITAEPoFeoUGN4qkOlVLdgPm4UwQIEJYJ8KTqXRTekNQN_AT_D8PzVehOQSu37eOSJvZ793AT0rbj22ABc4Oaw-EJRW_dSjsth-bVseu7sh_Y1SRPGxw4/s1600/greve+em+diadema.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Sb0JsuoHduSOx3SzJXNTvGWITAEPoFeoUGN4qkOlVLdgPm4UwQIEJYJ8KTqXRTekNQN_AT_D8PzVehOQSu37eOSJvZ793AT0rbj22ABc4Oaw-EJRW_dSjsth-bVseu7sh_Y1SRPGxw4/s200/greve+em+diadema.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5608220370005300082" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia, serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Hoje entramos no 20º dia de </span><a href="http://www.dgabc.com.br/News/5886599/reali-pretende-repor-grevista.aspx"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">greve</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> na prefeitura de Diadema.</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O prefeito aqui talvez não se lembre que é do PT - Partido dos Trabalhadores, de forma que não quer repor as perdas que tivemos com a inflação... Parece que para ele "trabalhador" é só o alheio, não vale para "os dele", sei lá.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Seja como for fica alardeando pela cidade, gastando inclusive dinheiro da prefeitura na gráfica (papel super bom e impressão em várias cores) pra dizer para a população que ofereceu 10% prxs funcionárixs e não quisemos. Só esqueceu de dizer que isso começava com 2% em DEZEMBRO DE 2011 e ia pingando 2% até SETEMBRO DE 2012...</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Vai ver que essa fortuna que a prefeitura gastará conosco só não levará os cofres públicos à falência devido à profecia de que o mundo acabará em dezembro de 2012. Assim só desfrutaremos da reposição total (que nos fará inclusive esquecer da inflação de 2011, que aqui nem está sendo computada) por dois longos meses.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Podia contar aqui muitas coisas mentirosas que ele anda dizendo, da pressão injusta que anda fazendo, mas pra quê? Ele não vale a pena.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ainda bem que tem poesia nisso tudo. O povo aqui endurece mas não perde a ternura, como dizia Che. </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Trago para cá o cordel de </span><a href="http://tributoaocordel.blogspot.com/"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Nando Poeta</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, que na expressão popular conta de nossa luta com bravura e sensibilidade. Tivemos a honra de ouvir essa tarde, no plenário da Câmara dos Vereadores de Diadema, que ocupamos desde o dia 12 de maio.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Antes de me despedir, preciso dizer duas coisas:</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">1) Nando Poeta, obrigada!</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">2) A greve continua. Reali, a culpa é sua!</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div><div><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A Greve de Diadema</span></i></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />Por Nando Poeta</span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span><br />O Prefeito não respeita<br />Servidor de Diadema.<br />Se nega atender direitos<br />Fazendo grande blasfema.<br />A greve surgiu com força<br />Para acabar com dilema.<br /><br />Já são mais de vinte dias<br />Que estamos paralisados.<br />A categoria unida<br />Buscando seus resultados.<br />Um aumento que traduza<br />Salários serem aumentados.<br /><br />A greve é a fortaleza<br />De quem vive da labuta.<br />É união e a força<br />Para vencer essa luta.<br />Contra a forte intransigência<br />Do Prefeito, absoluta.<br /><br />Em cada dia que passa<br />A greve fica mais forte.<br />A saúde e a educação<br />Tem dado grande suporte.<br />Unir as secretarias<br />Esse é o grande norte.<br /><br />Queremos cortar o vinculo<br />Com SP alimentos<br />Que serve a sua ração<br />Deixando bucho em tormentos<br />E na máfia da merenda<br />Recebe um dos acentos.<br /><br />Prefeito Má-rio Re-a-li<br />A culpa é toda sua.<br />Por não atender a luta<br />Essa greve continua.<br />O servidor trabalhando<br />Expediente na rua.<br /><br />Prefeito na contra mão<br />Pra greve fecha o sinal.<br />Proíbe a turma do transito<br />Conosco ser cordial,<br />Mas o comando de greve<br />Tem o CET pessoal.<br /><br />A turma que negocia<br />A mando da prefeitura.<br />Fatinha, Adelaide, Airton<br />Ninguém hoje mais atura.<br />Garavelo e “O”misso<br />Faz do servidor fritura.<br /><br />Quando vai negociar<br />Eles pedem mais um tempo.<br />Diz sempre faltar recursos<br />Num discurso bem destempo.<br />Falando que nossa greve<br />Ela é um contratempo.<br /><br />O nosso movimento<br />Diz: basta de enrolação.<br />Queremos que o salário<br />Enfrente a inflação.<br />Por isso que o aumento<br />É saída, é solução.<br /><br />São todas secretarias<br />A frente do movimento.<br />Exigindo do prefeito<br />O nosso justo aumento.<br />Servidor valorizado<br />Esse é o grande intento.<br /><br />O movimento grevista<br />Mostra garra e unidade.<br />Seguindo a trilha da luta<br />Tem apoio da cidade,<br />Sempre berço de batalhas<br />Vencendo a barbaridade.</span></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><i><br /></i></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Blog do poeta Nando:</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"> http://tributoaocordel.blogspot.com/</span></span></div></div></span></span></div></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4926735834206075932.post-33196152719559549942011-05-05T19:23:00.014-03:002011-05-06T06:30:33.933-03:00Resumo do voto do Ministro Ayres Britto<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVH-xOp8eqyimWVARudvbjO_fG3mDhneVkhqAEeolZ3sgaRP6kCStzSIfxtMLDlA1wmfylIxQgpsiGpfP3NWPfbH6IzAlTgFlEpIBcLTGOYOko1fEKwxD9i4YR1a2V2aCVJvsKvzjCnbY/s1600/bandeira.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 275px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVH-xOp8eqyimWVARudvbjO_fG3mDhneVkhqAEeolZ3sgaRP6kCStzSIfxtMLDlA1wmfylIxQgpsiGpfP3NWPfbH6IzAlTgFlEpIBcLTGOYOko1fEKwxD9i4YR1a2V2aCVJvsKvzjCnbY/s400/bandeira.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5603366865964751890" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Hoje é um dia histórico. Em 05 de maio de 2011 nos sentimos mais gente!</span></span></b><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Parece bobeira pra muitxs, mas não poder ser reconhecidxs como família dói fundo. Quer dizer, doía! Porque, na votação do </span><a href="http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=178931"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Supremo Tribunal Federal</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, o </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">SIM à união estável entre pessoas do mesmo sexo </span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">já é maioria. Vitória!</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O ministro Gilmar Mendes torturou nossos corações, foi questionado pelos colegas por suas interpretações e acabou votando a favor da igualdade de direitos.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Já ontem, o ministro relator Ayres Britto arrancou lágrimas de felicidade das pessoas que ouviam seu voto.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Quem se interessa pelo tema esteve atendo ontem e hoje, o facebook não conseguia atualizar tantas inserções de comentários, ficou lento, lento... Voltou ao normal quando obtivemos maioria, 6 X 0! No momento já estamos em 8 X 0 e como creio que ninguém vai ter "coragem" de votar contra, ganharemos por unanimidade.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Deixo aqui parte do voto do poético relator, que no original teve 49 páginas, com direito a citar a Constituição Federal, </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Jean-Paul Sartre</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Friedrich Nietzsche</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Carl Gustav </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Jung e (até) Chico Chavier.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Baixe o voto na íntegra </span></span><b><a href="http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADI4277.pdf"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">AQUI</span></span></a></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Abaixo, o que eu não consegui excluir do "resumo".</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">...........................................................................</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">V O T O</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><b><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O Senhor Ministro Ayres Britto (Relator):</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Com o que este Plenário terá bem mais abrangentes possibilidades de, pela primeira vez no curso de sua longa história, apreciar o mérito dessa tão recorrente quanto intrinsecamente relevante controvérsia em torno da união estável entre pessoas do mesmo sexo, com todos os seus consectários jurídicos. Em suma, estamos a lidar com um tipo de dissenso judicial que reflete o fato histórico de que </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">nada incomoda mais as pessoas do que a preferência sexual alheia, quando tal preferência já não corresponde ao padrão social da heterossexualidade</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">. É a perene postura de reação conservadora aos que, nos insondáveis domínios do afeto, soltam por inteiro as amarras desse navio chamado coração.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">É como dizer: se o corpo se divide em partes, tanto quanto a alma se divide em princípios, o Direito só tem uma coisa a fazer: tutelar a voluntária mescla de tais partes e princípios numa amorosa unidade. Que termina sendo a própria simbiose do corpo e da alma de pessoas que apenas desejam conciliar pelo modo mais solto e orgânico possível sua dualidade personativa em um sólido conjunto, experimentando aquela </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">nirvânica </span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">aritmética amorosa que Jean-Paul Sartre sintetizou na fórmula de que: </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">na matemática do amor, um mais um... é igual a um;</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A Constituição Federal não faz a menor diferenciação entre a família formalmente constituída e aquela existente ao rés dos fatos. Como também não distingue entre a família que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por pessoas de inclinação homoafetiva. Por isso que, sem nenhuma ginástica mental ou alquimia interpretativa, dá para compreender que </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">a nossa Magna Carta não emprestou ao substantivo “família” nenhum significado ortodoxo ou da própria técnica jurídica.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Assim interpretando por forma </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">não reducionista </span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">o conceito de família, penso que este STF fará o que lhe compete: manter a Constituição na posse do seu fundamental atributo da coerência, pois o conceito contrário implicaria forçar o nosso Magno Texto a incorrer, ele mesmo, em discurso indisfarçavelmente preconceituoso ou </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">homofóbico</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">. Quando o certo − data vênia de opinião divergente - é extrair do sistema de comandos da Constituição os encadeados juízos que precedentemente verbalizamos, </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">agora arrematados com a proposição de que a isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. Entendida esta, no âmbito das duas tipologias de sujeitos jurídicos, como um núcleo doméstico independente de qualquer outro e constituído, em regra, com as mesmas notas factuais da visibilidade, continuidade e durabilidade</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">. Pena de se consagrar uma liberdade homoafetiva pela metade ou condenada a encontros tão ocasionais quanto clandestinos ou subterrâneos. Uma canhestra liberdade “mais ou menos”, para lembrar um poema alegadamente psicografado pelo tão prestigiado médium brasileiro Chico Xavier, hoje falecido, que, iniciando pelos versos de que “A gente pode morar numa casa mais ou menos,/Numa rua mais ou menos,/ Numa cidade mais ou menos”/ E até ter um governo mais ou menos”, assim conclui a sua lúcida mensagem: “O que a gente não pode mesmo,/ Nunca, de jeito nenhum,/ É amar mais ou menos,/ É sonhar mais ou menos,/ É ser amigo mais ou menos,/ (...) Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos”.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Passemos, então, a partir desse contexto normativo da família como base da sociedade e entidade credora da especial tutela do Estado.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Logo, que não se faça uso da letra da Constituição para </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">matar o seu espírito,</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> (...) Ou como diz Sérgio da Silva Mendes, que não se separe por um parágrafo (esse de nº 3) o que a vida uniu pelo afeto. Numa nova metáfora, não se pode fazer rolar a cabeça do artigo 226 no patíbulo do seu parágrafo terceiro; II.3. que a terminologia “entidade familiar” não significa algo diferente de “família”, pois não há hierarquia ou diferença de qualidade jurídica entre as duas formas de constituição de um novo núcleo doméstico. Estou a dizer: a expressão “entidade familiar” não foi usada para designar um tipo inferior de unidade doméstica, porque apenas </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">a meio caminho </span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">da família que se forma pelo casamento civil. Não foi e não é isso, pois inexiste essa figura da </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">sub-família</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">família de segunda classe </span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">ou família “mais ou menos” (relembrando o poema de Chico Xavier). O fraseado apenas foi usado como sinônimo perfeito de família, que é um organismo, um aparelho, uma entidade, embora sem personalidade jurídica. Logo, diferentemente do casamento ou da própria união estável, a família não se define como simples instituto ou figura de direito em sentido meramente objetivo. Essas duas objetivas figuras de direito que são o casamento civil e a união estável é que se distinguem mutuamente, </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">mas o resultado a que chegam é idêntico: uma nova família, ou, se se prefere, Uma nova “entidade familiar”, seja a constituída por pares homoafetivos, seja a formada por casais heteroafetivos.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><b><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">E nunca apareceu ninguém, nem certamente vai aparecer, para sustentar a tese de que “entidade autárquica” não é “autarquia”, nem “entidade federativa” é algo diferente de “Federação”. Por que entidade familiar não é família? E família por inteiro (não pela metade)?</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Que as diferenças nodulares entre “união estável” e “casamento civil” já são antecipadas pela própria Constituição, como, por ilustração, a submissão da união estável à prova dessa estabilidade (que só pode ser um requisito de natureza temporal), exigência que não é feita para o casamento. Ou quando a Constituição cuida da forma de dissolução do casamento civil (divórcio), deixando de fazê-lo quanto à união estável (§6º do art. 226). Mas tanto numa quanto noutra modalidade de legítima constituição da família, nenhuma referência é feita à interdição, ou à possibilidade,de protagonização por pessoas do mesmo sexo. Desde que preenchidas, também por evidente, as condições legalmente impostas aos casais heteroafetivos. Inteligência que se robustece com a proposição de que </span></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">não se proíbe nada a ninguém senão em face de um direito ou de proteção de um interesse de outrem</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">E já vimos que a contraparte específica ou o focado contraponto jurídico dos sujeitos homoafetivos só podem ser os indivíduos heteroafetivos, e o fato é que a tais indivíduos não assiste o direito à não-equiparação jurídica com os primeiros. Visto que sua heteroafetividade em si não os torna superiores em nada. Não os beneficia com a titularidade exclusiva do direito à constituição de uma família. Aqui, o reino é da igualdade pura e simples, pois não se pode alegar que os heteroafetivos perdem se os homoafetivos ganham. E quanto à sociedade como um todo, sua estruturação é de se dar, já o dissemos, com fincas na fraternidade, no pluralismo e na proibição do preconceito, conforme os expressos dizeres do preâmbulo da nossa Constituição.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">(...)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">No mérito, julgo procedentes as duas ações em causa. Pelo que dou ao art. 1.723 do Código Civil interpretação conforme à Constituição para dele excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como “entidade familiar”, entendida esta como sinônimo perfeito de “família”. Reconhecimento que é de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas conseqüências da união estável heteroafetiva. É como voto.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">..............................................................................................</span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: 150%;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none"><span style="line-height: 150%; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></o:p></span></p></div><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Fonte da imagem:</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> roubo do perfil de </span></span><a href="http://muitasbocasnotrombone2.blogspot.com/"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Alexandra Peixoto</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> no Facebook.</span></span></div></div>Janaína Leslãohttp://www.blogger.com/profile/08669488186393352641noreply@blogger.com1