A cidade maravilhosa cheia de encantos mil fez com que eu amanhecesse o dia 25 de março cantarolando a música "Fraterno" que conheci na voz de Ney Matogrosso.
Fraterno (Pedro Luiz)
"Hoje o dia amanheceu solar
Vi pela janela um céu azul
Tinha aroma que soprou do mar
Foi trazido por um vento sul
Levantei pra te escrever
Carta no computador
Frases fiz pra descrever
O que o jornal falou
Fogos de artifício, vícios, suicídio
Belezas e dores no vídeo
Surfe, tsunami invade o litoral
Lá no paraíso
Tinha tédio, assédio, contágio
Febre, suborno, litígio
Pontes, asfalto, pedágio
E um sobressalto acorda os vizinhos
Misses, mísseis, meretrizes
Clones, ciclones, ogivas
Beijos e finais felizes
Fazem parte destas mal tecladas linhas
Amanhã te escrevo mais
Deste diário moderno
Junto as saudações finais
Mando um beijo fraterno
Rio, 25 de maio
Te envio um sorriso
Te desejo uma praia
Tá chovendo granizo
Deu saudade de casa
Dê lembrança aos amigos
No momento preciso
Tome um banho de rio".
Segundo a letra de Pedro Luiz, a data cujo dia amanheceu solar era 25 de maio, e não de março. Todavia, eu amanheço meu dia conforme quero e a minha rádio mental toca o sucesso musical segundo minhas próprias associações. Logo, 25 de março era o ideal pra música e não se fala mais nisso.
E como a letra também diz de saudade de casa e lembranças aos amigos, enviei um torpedo pr@s amad@s com essa partezinha. Confesso: sou romântica.
O dia transcorreu tranquilo, o evento em que eu estava terminou com o ótimo discurso da Ministra do Supremo Tribunal de Justiça Nancy Andrighi, defendendo a união civil das pessoas de mesmo sexo. Seu discurso, memorável.
Já na saída do evento, indo pro hotel, o dia anoiteceu polar. Isso porque fui abordada e assaltada por dois jovens, a mão armada. Assustada e desorientada, consegui ao menos voltar para o local do evento, onde obtive toda ajuda possível das organizadoras do evento.
Cessada as etapas que envolveram: me acalmar; circular na joaninha da polícia carioca; tentar reconhecer os assaltantes; registrar ocorrência na delegacia e; voltar pro hotel com um amigo-irmão, fiquei pensando no quanto naquela noite se referiram aos assaltantes como vagabundos.
Quer saber, pra mim vagabundo é quem tem casa, comida, oportunidade de estudar e trabalhar e, mesmo assim, cresce e vive às custas de familiares ou amig@s, sem se responsabilizar por nada que não seja seu bem-estar, vivendo uma vida umbigocêntrica.
Pra mim, os assaltantes são marginais, no sentido de pessoas que vivem à margem e não tem nada dessas coisas que falei acima. Não tem direitos mínimos garantidos. E quem não tem direito, não tem dever. Logo, não são vagabund@s.
Enfim, sofri uma violência, os prejuízos materiais foram muitos, mas não dá pra deixar de fazer uma leitura da realidade dos fatos.
Deixo aqui um beijo fraterno para @s querid@s que me acompanharam (pelo braço, telefone ou computador) do momento do assalto até minha chegada de volta à São Paulo.
Para você que lê essa postagem deixo ainda a letra e a música que me acompanharam do dia solar até a noite polar. Espero que gostem.
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"Hoje o dia amanheceu solar
Vi pela janela um céu azul
Tinha aroma que soprou do mar
Foi trazido por um vento sul
Levantei pra te escrever
Carta no computador
Frases fiz pra descrever
O que o jornal falou
Fogos de artifício, vícios, suicídio
Belezas e dores no vídeo
Surfe, tsunami invade o litoral
Lá no paraíso
Tinha tédio, assédio, contágio
Febre, suborno, litígio
Pontes, asfalto, pedágio
E um sobressalto acorda os vizinhos
Misses, mísseis, meretrizes
Clones, ciclones, ogivas
Beijos e finais felizes
Fazem parte destas mal tecladas linhas
Amanhã te escrevo mais
Deste diário moderno
Junto as saudações finais
Mando um beijo fraterno
Rio, 25 de maio
Te envio um sorriso
Te desejo uma praia
Tá chovendo granizo
Deu saudade de casa
Dê lembrança aos amigos
No momento preciso
Tome um banho de rio".