Quem me conhece mais de perto sabe o quanto música é importante pra mim. Em épocas de terapia, não há maior fonte de associação livre.
O que pouca gente sabe é que não arrepio nem quando estou com frio. Agora, basta ouvir uma música que "me toca” e já estou toda eriçada.
Tudo isso pra dizer que umas semanas atrás, vi no facebook de um amigo uma referência à “Resposta ao Tempo”. Imediatamente lembrei de “Formicida, corda e flor”, na voz de Nana.
Hoje, tomando suco de maracujá e falando sobre assuntos “mais ou menos fúnebres”, de novo a música. Por isso resolvi compartilhar.
A voz em si já vale. Mas a letra se presta a um ótimo exercício pra suicidio mental: podemos brincar de arrumar o cenário pro ato derradeiro e dar cabo à essa existência inúmeras vezes.
Recordar, repetir, elaborar... E então, a melhor parte: cansar da brincadeira, levantar do chão da cozinha fria e sair pra vida!
Formicida, Corda e Flor (Rosa Passos e Fernando de Oliveira)
"Uma banda de gillette
Suco de maracujá
Uma caixa de chicletes
Lençol branco no sofá
Bandeirolas na janela
Uma caixa de hidrocor
Sopa amarga na panela
Formicida, corda e flor
Vou trancar o apartamento
Se chamarem não estou
Vou botar o sofrimento
Num desenho de terror
Vou bolar um bom cenário
Pro meu ato derradeiro
Vou mandar o meu diário
Para o meu amor primeiro
Vou morrer de amor perdido
Parto desta pra melhor
Ando tão desiludido
Ando mesmo na pior
Tenho tudo quanto quero
Formicida, corda e flor
E o meu último bolero
Pra chorar a minha dor"
Em tempo: estou feliz e de bem com a vida! Apenas gosto da canção, ok?
Fonte da imagem: http://lh3.ggpht.com/_CUIrNbC5HME/SZi0GNdeG8I/AAAAAAAAG_w/lJJvKH3IPB0/Mulher+Deitada.jpg
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Um comentário:
em contrapartida, cá estou eu... outra música: Chatterton / Seu Jorge
Chatterton suicidou
Kurt Cobain suicidou
Getúlio Vargas suicidou
Nietzsche Enlouqueceu
E eu não vou nada bem
Não vou nada bem (mil vezes)
... eu não vou nada bem...
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