quarta-feira, 14 de julho de 2010

Violência contra mulher: mudanças à vista?


Nas férias, assisto aos noticiários matutinos.

Por esses dias há uma avalanche de informação sobre os casos "Eliza Samudio", "Mércia Nakashima" e dos "adolescentes de Florianópolis".

Apesar dessas histórias terem nomes e sobrenomes, o drama é vivido por milhões de mulheres em todo o mundo.

Vejo que os apresentadores estão falando de violência contra mulher, incentivando a denúncia, dando informações sobre a atuação das Delegacias da Mulher e trazendo à tona novos casos que, infelizmente, são cotidianos.

Sei que isso tudo é porque o assunto está dando audiência. Mas seria muito desejar que nosso Brasil (ao menos) se sensibilizasse de verdade do quanto o machismo nos faz mal? Do quanto nós criamos nossos meninos para serem líderes, ativos e fortes; e nossas meninas para serem submissas, passivas e frágeis? Que isso, elevado ao grau máximo, leva nossos rapazes a se sentirem donos de nossas moças, meros objetos?

Hoje, ainda, ouvi na televisão que o ator Mel Gibson está sendo investigado por, supostamente, ter agredido fisicamente a ex-companheira e a ameaçado de morte.

Até quando vamos com isso? Será que essa onda de notícias vai "virar pizza"? Que esqueceremos das condições lamentáveis que vivem tantas mulheres quando algo mais "vendável" virar notícia? Talvez esse assunto esteja na "moda inverno" e logo será desbancado pela "coleção verão" nas prateleiras da vida?

Tomara que não! Sou uma das muitas pessoas que desejam que a luta contra toda forma de violência vire um "pretinho básico", sem a fútil, insana, torpe e indigna preocupação se isto ou aquilo está in ou out.

Fonte da imagem: Dra Sick Love

4 comentários:

Má! disse...

Vejo claramente a exposição de toda esta violencia, porem ainda vejo com frequencia comentarios do tipo:

-mas vc viu que a Eliza era uma puta né?

Além disso, importante ressaltar que as denuncias de violencia NAO INVESTIGADAS pela policia resultaram em casos semelhantes de assassinatos recentemente. Disso ninguem fala.

Agora as mulheres conseguem pedir ajuda, mas a ajuda nao chega a tempo.

Enfim.

Mr Marcinho disse...

Jana apreciei e aprecio sobretudo os aspectos já destacados pelas suas análises críticas. A reflexão sobre a vida (horas vc faz com uma postura lírica ora revoltosa antes certas coisas) mas o fato realmente é este que você provoca - tem que ser essa a nossa postura frente a inevitável condição humana ... por esses seculares caminhos percorridos por infinitas gerações ... somos obrigad@s a cumpri-los? Registrar acontecientos e provocar mudanças, mais um recurso nessa nossa rota!Obrigado por me lembrar sempre disso ...

Janaína Leslão disse...

querid@s, obrigada pela visita e pela interlocuçao. beijos, carinhosos, sempre.

Blue Wings disse...

Es cierto Jana querida.. es una moda.. pero por el momento, esta poniendo sobre la mesa los temas que se habian enseñado a callar, asi que, de alguna forma, y por un tiempo, nos va a servir si lo sabemos aprovechar...
Como pasó con nosotros en Argentina, fueron meses en que todo el pais hablo de lo que los LGTTB haciamos o dejabamos de hacer, otra moda, porque ahora el tema ya se esta apagando... pero nos sirvio... vaya si nos sirvio!!!!
Beijos mi querida...